Em meio a crise diplomática, Azerbaijão coloca tropas em alerta para possível guerra contra a França
As relações entre Azerbaijão e França estão em um momento de grande tensão. Segundo informações da agência de notícias estatal do Azerbaijão, Azertac, e do site O Antagonista, o país azeri ameaça intervir militarmente em território francês e critica veementemente a venda de armas francesas à Armênia.
As tensões se agravaram após declarações do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, durante um fórum de mídia em Shusha, no último sábado. Aliyev expressou apoio à independência de diversos territórios ultramarinos franceses, como as ilhas Comoros e Mayotte, chamando-as de “abominável relíquia do passado”. que precisam ser libertadas.
A Comunidade do Azerbaijão Ocidental, por sua vez, condenou a venda de armas da França à Armênia, alegando que essa ação incentiva o país armênio a iniciar uma nova guerra contra o Azerbaijão. A comunidade também criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, por suas tentativas de “apresentar a libertação dos territórios azerbaijanos sob ocupação armênia de forma negativa”.
As ações do Azerbaijão provocaram retaliação da França. Em maio, o governo francês acusou o país de interferir e incitar distúrbios na Nova Caledônia, território francês no Pacífico Sul, por meio de campanhas de desinformação nas redes sociais. Já em dezembro, dois diplomatas franceses foram expulsos de Baku, capital do Azerbaijão.
As tensões entre os dois países se intensificam em um momento delicado, às vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Especialistas apontam que as ações de Aliyev podem ter motivações tanto regionais quanto globais. No âmbito regional, o presidente busca fortalecer sua posição no Cáucaso e aumentar sua influência entre países que lutam por autonomia ou independência. Já no cenário global, as declarações podem ser vistas como um jogo de poder e imagem, buscando projeção internacional para o Azerbaijão.