Artigo publicado pelo Observatório de Conflitos e Meio Ambiente diz que a degradação ambiental causada por militares é significativa e que a falta de informações torna difícil calcular a verdadeira escala das emissões de poluição e destruição causadas por militares.
A dificuldade de acesso à instalações militares e classificações de sigilo em documentos sem dúvida são obstáculos importantes à apuração da possível degradação causada em operações militares e até no quotidiano dos quartéis em tempo de paz.
A Revista Sociedade Militar aguarda informações solicitadas às instituições militares sobre o consumo de combustíveis realizado durante os últimos 10 anos. Queremos saber também a idade média das viaturas utilizadas pelas forças.
As explosões realizadas pela marinha norte americana no dia 18 de junho, por exemplo, sem dúvida podem ter suscitado um prejuízo significativo à vida marinha na costa da Flórida. Mas, como pode-se ter acesso a dados para mensurar o impacto?
O texto levanta questões importantes no que diz respeito a influência dos militares nas alterações causadas no meio ambiente. Somente a estimativa de gastos militares na faixa de quase 2 trilhões anuais já deveria suscitar discussões sobre implicações para os meio ambientes locais e do planeta como um todo.
“Diante da crise climática e dos gastos militares globais chegando a quase US $ 2 trilhões em 2020, há uma necessidade crítica de que os militares sejam incluídos nos compromissos para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE). Reduzir as emissões não deve ser o único objetivo…”
No material se aborda questões como queima de resíduos a céu aberto em acampamentos militares. Segundo registrado, as práticas de eliminação de resíduos nas Forças Armadas foram mal administradas no passado, com o uso de fossas de queima a céu aberto, sepultamento e conformidade insuficiente com os protocolos de gerenciamento de resíduos padrão. Empresas mal regulamentados contratados pelo governo dos EUA para gerenciar resíduos de bases militares no Iraque e no Afeganistão levaram a salvaguardas ambientais inadequadas, descarte impróprio de resíduos e resultados ambientais ruins cujos prejuízos ainda estão sendo apurados.
O observatório suscita ainda questões relacionadas à produção de armamento e equipamentos militares em geral, que só em 2019 atingiram uma estimativa de custo na faixa dos 261 bilhões de dólares.
“A produção de armas e a cadeia de abastecimento militar, portanto, desempenham um papel significativo no custo do carbono na guerra. Em 2019, as vendas das 25 maiores empresas produtoras de armas atingiram a estimativa de US $ 361 bilhões, um aumento de 8,5% em relação a 2018. Cada venda tem seu custo individual de carbono, desde a extração da matéria-prima, até a produção pelas empresas armamentistas, a uso por militares, desativação e eliminação em fim de vida.”
Aviação militar
Outro dado importante levantado fala sobre a aviação militar e suas implicações para a degradação do clima. Segundo o estudo publicado, as mais de 50 mil aeronaves militares existentes no planeta são bastantes significativas.
“Em 2021, a frota global de aeronaves militares é de 53.563, o que é mais do que o dobro da frota civil projetada de 23.715 . No geral, a aviação representa cerca de 3,5%do aquecimento climático, e o papel da aviação militar é atualmente estimado entre 8%a15%desse total. “
Veja o estudo completo