O novo salário mínimo nacional, fixado em R$ 1.412, entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2024. Este valor representa um aumento de quase 7% em relação ao anterior, que era de R$ 1.320.
O reajuste afeta diretamente os 54 milhões de brasileiros que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo, porém, deixa de fora os milhares de recrutas das Forças Armadas que continuam a receber abaixo do mínimo, apesar da alta carga horária.
Milhares de jovens foram incorporados ao serviço militar inicial nas Forças Armadas brasileiras em 2023, só no Exército, mais de 50 mil foram distribuídos em 657 unidades militares por todo o país. Contudo, apesar da importância de seu papel, os recrutas das Forças Armadas Brasileiras enfrentam uma realidade financeira desafiadora.
Com uma carga horária de trabalho que pode ultrapassar às 96 horas semanais, incluindo jornadas de até 32 horas seguidas, o salário base (soldo) de um recruta é de R$ 1.078,00. Este valor está aproximadamente 23% abaixo do novo salário mínimo nacional.
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Clique aqui para seguirCom descontos, o salário líquido recebido por esses recrutas pode ser ainda menor, aproximando-se de R$ 1.013,00, segundo relatos de militares incorporados para o Serviço Militar inicial em 2023.”
A jornada de trabalho do recruta
A rotina de um Soldado EV (Efetivo Variável) durante o ano obrigatório é basicamente cumprir expediente de 8 horas e tirar serviço de 24 horas. O serviço é feito por escalas. Uma escala que muitos recrutas, e até militares de carreira, encaram é a escala 2×1, dois dias de descanso e um de serviço.
Na escala 2×1, o militar passa por um serviço de 24 horas, que pode envolver funções de guarda, motorista, plantão, entre outros, seguido por 8 horas de expediente normal no dia seguinte, totalizando 32 horas de trabalho contínuas. Com esse ritmo, o recruta pode chegar a acumular 96 horas de trabalho em uma única semana.
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