O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu em um trágico acidente de helicóptero no domingo, 19 de maio, um evento que abalou profundamente a política iraniana.
Raisi, um clérigo linha-dura de 63 anos, era visto como um aliado próximo do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e sua eleição em 2021 consolidou o controle conservador sobre o país.
Raisi assumiu a presidência em meio a desafios significativos, incluindo uma economia em crise, tensões regionais crescentes e negociações estagnadas sobre o acordo nuclear com potências mundiais.
Durante seu mandato, ele enfrentou protestos massivos em 2022, desencadeados pela morte de Mahsa Amini sob custódia policial, e uma escalada no conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã.
Nascido em 1960, em Mashhad, Raisi iniciou sua trajetória política como procurador e foi rapidamente promovido, tornando-se uma figura influente no sistema judiciário iraniano.
Ele é frequentemente associado ao “Comitê da Morte” de 1988, responsável por execuções em massa de prisioneiros políticos, embora Raisi tenha negado repetidamente qualquer envolvimento direto.
Sua ascensão ao poder foi marcada por uma vitória eleitoral esmagadora em 2021, após a desqualificação de vários candidatos moderados e reformistas. Com 62% dos votos, Raisi prometeu combater a corrupção, melhorar a economia e fortalecer as relações diplomáticas, especialmente com países vizinhos.
No entanto, sua administração foi marcada por tensões constantes e desafios internos e externos.
A morte de Raisi levanta muitas perguntas sobre a sucessão política no Irã e o futuro da liderança conservadora do país, enquanto a nação se prepara para lidar com esta perda inesperada e suas implicações políticas e sociais.