A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega programas de pós-graduação stricto sensu em educação, professores e estudantes vinculados a estes programas e demais pesquisadores da área.
A Associação tem por finalidade o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura, dentro dos princípios da participação democrática, da liberdade e da justiça social.
Dentre seus objetivos destaca-se o incentivo à pesquisa educacional e os temas a ela relacionados, além de promover a participação das comunidades acadêmica e científica na formulação e desenvolvimento da política educacional do país, especialmente no tocante à pós-graduação.
Um grupo de entidades da área da educação, entre elas a ANPEd, divulgou uma nota contrapondo-se à aprovação do projeto de lei que institui as escolas cívico-militares na rede estadual de ensino de São Paulo, na última terça-feira (21/5).
Além de sinalizarem riscos inerentes à proposta, como a transposição de princípios que regem a área de segurança para a escola, as organizações que assinam a nota criticam a violenta repressão praticada pela polícia contra estudantes que queriam acompanhar a votação na Assembleia Legislativa paulista.
Leia excertos da nota a seguir ou baixe o documento completo neste link:
MILITARES ILUDIDOS E PROFESSORES DESILUDIDOS
Segundo a Nota, aprovação do PL que cria escolas cívico-militares na rede estadual de São Paulo, além de ineficaz para a melhoria da educação, conforme demonstram análises e pesquisas sobre a implementação desse tipo de programa em outros estados, transpõe para o ambiente escolar princípios que regem a área da segurança e as corporações militares, criando uma ilusão de segurança e disciplina.
Segundo os subscritores da Nota, a militarização das escolas significa “o controle sobre e as/os estudantes, impendindo-as/os de expressarem suas identidades étnico-culturais e suas organizações.
Controle que se estende às/aos profissionais da educação, limitando a liberdade de cátedra.”
A Nota toca no aspecto profissional, comparando bedéis e professores:
“De um lado, perdem os profissionais da educação pública que perderão recursos, que deveriam ser destinados exclusivamente a sua valorização e para despesas que possam melhorar a formação ofertada pelas escolas.
“De outro, também perdem os policiais militares da reserva [bedéis] que, ao invés de serem valorizados com salário e condições dignas de trabalho quando estão na ativa, são iludidos com desvio de função, do trabalho precário/’bico’, além de assumirem responsabilidades para as quais não possuem qualquer preparo.”
Além da ANPed, 30 instituições da área de educação assinaram a Nota, entre elas o Observatório do Ensino Médio da UFPR, o Sindicato de Trabalhadores das Universidades Federais do ABC – SinTUFABC, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES – SN, entre outras.