Nayib Bukele, presidente de El Salvador, mais uma vez demonstrou sua postura firme contra regimes autoritários na América Latina. Em um vídeo divulgado pelo canal Vida Militar, foi revelado que Bukele ordenou o treinamento intensivo de todas as forças salvadorenhas, enquanto envia mensagens enigmáticas direcionadas ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. A tensão crescente entre os dois líderes promete intensificar o cenário político da região.
O treinamento militar e o “plano Bolsa Azul”
De acordo com o canal Vida Militar, Bukele determinou que todas as forças armadas de El Salvador passassem por treinamentos especializados, possivelmente como parte de uma estratégia maior para pressionar regimes autoritários na região. A medida ocorre em meio às especulações sobre o chamado “plano Bolsa Azul”, uma operação que teria como objetivo minar o controle de Maduro na Venezuela.
A prisão da opositora Maria Corina Machado foi o estopim para a intensificação das movimentações contra o regime chavista. Durante sua detenção, Machado teve sua bolsa azul furtada, um gesto que gerou uma onda de especulações sobre uma possível mensagem cifrada para ativar operações internacionais. Diosdado Cabello, um dos principais aliados de Maduro, exibiu a bolsa em rede nacional, dizendo: “Esta bolsa azul contenía medicamentos y un dólar” [“Essa bolsa azul continha medicamentos e um dólar”]. O gesto, no entanto, foi interpretado como um sinal de desespero do regime diante das crescentes pressões.
Bukele, Erik Prince e o apoio internacional
Fontes internacionais indicam que Bukele estaria colaborando com Erik Prince, o famoso mercenário norte-americano, em uma tentativa de destituir Maduro. Em um vídeo divulgado recentemente, Prince declarou: “Venezuela, votaste el 28 de julio por la libertad, ahora llegó el momento de ‘votar’ con dólares. La democracia prevalecerá. Estamos a punto de llegar. Ya casi, Venezuela” [Venezuela, você votou em 28 de julho pela liberdade, agora chegou o momento de ‘votar’ com dólares. A democracia prevalecerá. Estamos prestes a chegar. Já quase, Venezuela].
Enquanto isso, nas redes sociais, Bukele tem adotado um tom enigmático, publicando imagens e mensagens curtas como “paciência”, alimentando especulações sobre movimentos coordenados contra o regime chavista.
Maduro reage: “Están capturados”
Em resposta às movimentações internacionais, Nicolás Maduro intensificou suas ações repressivas. Durante um discurso recente, afirmou: “Mercenarios extranjeros, incluyendo a dos importantes mercenarios de Estados Unidos de Norteamérica, están capturados. Los agarraron con los kilos, compadre, de altísimo nivel, como nunca antes había capturado en Venezuela” [“Mercenários estrangeiros, incluindo dois importantes mercenários dos Estados Unidos da América do Norte, foram capturados. Foram pegos com os quilos, compadre, de altíssimo nível, como nunca antes havia capturado na Venezuela”].
A estratégia de Maduro, no entanto, evidencia a fragilidade de seu regime, que enfrenta pressões crescentes tanto internas quanto externas. Analistas apontam que qualquer erro por parte do líder venezuelano pode ser fatal para a manutenção de seu poder.
O futuro da Venezuela e o papel de Bukele
Nayib Bukele, que transformou El Salvador de um dos países mais violentos do mundo em um dos mais seguros, emerge como um líder influente na luta contra o autoritarismo na América Latina. Sua estratégia inclui o uso de criptomoedas para financiar operações internas na Venezuela, além do suporte a grupos opositores que buscam minar o controle do chavismo.
A congressista colombiana Maria Fernanda Cabal também reforçou a necessidade de uma intervenção militar para libertar a Venezuela. Em declaração recente, afirmou: “Desde hace mucho tiempo tenemos planteada la única posibilidad de sacar a la narcodictadura que hoy malgobierna a Venezuela. Tiene que ser por la vía militar” [Há muito tempo temos proposto que a única possibilidade de derrubar a narcoditadura que hoje desgoverna a Venezuela tem que ser pela via militar].
Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, prevista para o dia 20 de janeiro, a pressão internacional sobre Maduro deve aumentar ainda mais. Os próximos dias serão decisivos para o futuro da Venezuela e para o desfecho desse embate entre Bukele e Maduro, que promete redefinir o cenário político da região.