
Há 12 anos que nós da reserva, esperneamos, esbravejamos, tentamos formar opinião, escrevemos nossos textos, participamos de fóruns de discussão, somos humilhados por essa tal Comissão da Meia-Verdade, aceitamos bovinamente esse revanchismo declarado, sofremos com esse arrocho salarial, chamamos a atenção dos nossos irmãos da ativa para os perigos que nos rondam e aí fica a pergunta: O que foi feito de prático até agora, em prol da família militar? A resposta é NADA.
Estou perdendo a esperança e até mesmo a confiança na Instituição que forjou a nossa têmpera e que aprendemos a amar com fé e orgulho. A hora de agir já passou há muito tempo. Não é de hoje, que a todo instante, dependendo das conveniências e interesses de momento, a nossa Constituição é impunemente rasgada pelos últimos governantes, sem que nada aconteça.
Enganam-se os pensam que sou a favor de quarteladas ou Ditaduras.
O que foge a nossa compreensão e a qualquer raciocínio lógico é ter que aceitar como normal, que uma meia dúzia de oportunistas inconseqüentes, tome de assalto uma nação inteira, fazendo o que bem entendem e tudo fique por isso mesmo.
Os Clubes Militares, de há muito, deixaram de exercer o seu papel nas importantes decisões do país e já não detém hoje, qualquer poder de convencimento ou mesmo de aglutinação até mesmo entre seus membros mais ilustres.
Lembro-me a frase dita pelo General Heleno naquele famoso Seminário aqui no Rio de janeiro, e cujo tema era: A Amazônia e a soberania Nacional, onde enfaticamente afirmou: “O Exército Brasileiro e por extensão as Forças Armadas, são Instituições sólidas, regulares e voltadas tão somente para os interesses da nação e do seu povo, e não de governantes”.
Afinal, são ou não as FFAA, as guardiãs da nossa Carta Magna? O que ocorre hoje no Brasil, jamais aconteceria em um país sério e responsável. Tudo é feito às claras e sob a égide da certeza de uma explícita impunidade.
Esse desgoverno, há 12 anos, vem atuando como o braço político-ideológico de um Partido e não como Estado, haja vista a sua sistemática aproximação somente com governos tiranos e sanguinárias ditaduras comunistas.
Decididamente, não identifico nos atuais Comandantes, a mesma fibra, o mesmo patriotismo e o mesmo destemor que se caracterizavam como marcas registradas nos Oficiais Generais do passado.
Esse último ato de desrespeito e total ingerência nos assuntos internos do Brasil, um verdadeiro ultraje a nossa soberania, praticado de forma sob-reptícia e clandestina por um Ministro Venezuelano, nos dá a dimensão exata da omissão e da covardia de todos aqueles que deveriam reagir a essa flagrante quebra dos preceitos constitucionais que, em última análise, nos submete e uma deprimente humilhação como nação.
Perdoem-me pelo desabafo, mas estão se esvaindo as forças que ainda restam aos homens de bem, para continuar nessa inglória luta. Algo tem que se feito e com a maior urgência.
As armas dos que hoje usam um pijama ( a palavra, um computador e a Internet ), decididamente, ao longo desses 12 anos, não foram suficientes para sensibilizar a sociedade civil e muito menos aqueles em quem aprendemos a confiar e, que teriam sob a sua responsabilidade, zelar pela ordem, pelo progresso e pela liberdade no nosso Brasil.{jcomments on}
Saudações Fabianas e meu fraternal abraço,
Luiz Carlos Braga. Militar reformado das Forças Armadas do Brasil –
De: https://opontodevistadeligialeal.blogspot.com.br/2014/11/militar-ref-luiz-carlos-braga-solta-o.html
Obs: Os textos não necessariamente representam a visão da editoria de Revista Sociedade Militar.