General VILLAS BÔAS cita MILITARES da TURQUIA e fala sobre INTERVENÇÃO MILITAR – Outros pontos importantes que foram ignorados pela maior parte dos observadores / jornais
Segundo o general, em discurso realizado no SENADO em 22 de junho, vivemos um momento perigoso. Para ele estamos num processo de fragmentação porque não possuímos densidade de pensamento, sentido de projeto. O general falou também em perda de tempo e interrupção do crescimento por causa de polarização com base em dispulas filosóficas já ultrapassadas.
“O Brasil não tem outra alternativa que não seja potência… estamos presos a esquemas mentais políticos ideológicos que ficaram para trás… ”.
O general tem deixado claro que há coesão entre os militares federais, afastando qualquer sugestão de que setores dentro das FA são a favor de ações que divergem do que é determinado pelo comando.
Para o general VILLAS BÔAS as discussões sobre a chamada INTERVENÇÃO MILITAR são completamente irrelevantes e descontextualizadas. O militar usou o termo ANACRONISMO.
Ha alguns meses o general chegou a dizer que entendia os pedidos de intervenção como um clamor pelo retorno de princípios ainda em vigor na caserna, como verdade e honra. Contudo, na palestra dessa semana o militar deixa claro que vê esses pedidos como um clamor para que as FA intervenham de fato na política, assumam as redeas da situação.
“55% da população é favorável a uma intervenção militar… isso também é muito triste, que a população veja como alternativa uma intervenção militar, as pessoas até não percebem mais que isso é absolutamente anacrônico…”
O general disse ainda que caso haja emprego das Forças Armadas jamais haverá favorecimento de um ou outro lado do espectro político, o foco será a preservação da lai e da ordem.
Villas Bôas citou o caso da TURQUIA, onde os militares das Forças Armadas tentaram derrubar o governo e acabaram causando efeito contrário, fortalecendo mais ainda o Primeiro Ministro Recep Erdorgan.
Os militares TURCOS caíram na armadilha da aparente “vontade popular” e foram dizimados após a atrapalhada milicada realizada no país. A ação revelou, entre outras coisas, que havia fissuras na aparente coesão das forças armadas turcas.
Para entender melhor veja os textos abaixo, publicados na Revista Sociedade Militar
Forças ARMADAS reduzidas a 1/3 na TURQUIA podem gerar instabilidade REGIONAL
Na mesma palestra o comandante do Exército critica o acordo que limita o alcance dos mísseis utilizados pelas nossas forças armadas. Para o general esse tipo de limitação seria coerente para um país de pequena extensão territorial, não para o Brasil.
Veja o texto: Não temos possibilidade de nos defender. Denuncia de coronel do Exército Brasileiro.
Villas Bôas falou também que o Exército Brasileiro deve reduzir em mais de 25 mil o número de militares. O general, sutilmente, deixou claro que não há qualquer sentido em se investir em estratégias / material / tropas para dissuasão em relação a países como Paraguai e Uruguai.
Lembrando do período que passou na CHINA, dois anos, o general fala que na época as adidâncias militares eram somente um escritório, ou pouco mais do que isso. O militar diz que atualmente as adidâncias servem como uma espécie de ponte para busca de oportunidades no exterior.
Sobre o HAITÍ, realizando uma pós-análise, o militar lembra que não se fez um esforço para trazer haitianos e matriculá-los em nossas universidades, formando uma elite intelectual que, após regressar para seu país, estivesse vinculada ao Brasil, gerando oportunidades futuras para implantação de negócios brasileiros no HAITÍ. Para o militar a única vantagem que ganhamos foi o vínculo afetivo.
Algumas “alfinetadas” foram importantes. O comandante do Exército deixou claro que ao atuar em missões reais em missões de paz da ONU os militares brasileiros estão mais a vontade do que atuando no próprio Brasil, onde a legislação os limita e não há proteção jurídica. Não é reconhecido nem o direito de defesa de quem está fardado. O general descreve casos em que militares detectam marginais armados em vielas de favelas mas somente têm autorização para agir se o elemento armado apontar sua arma para os mesmos.
O general VILLAS BÔAS, embora isso seja pouco mencionado, é o responsável por verdadeira revolução na comunicação social do Exército Brasileiro. A força terrestre hoje possui canais no YOUTUBE, página no facebook com mais de 3 milhões de seguidores, twitter e um ótimo sistema de envio de releases, que permitem que a sociedade acompanhe de perto o que tem sido realizado pelo exército brasileiro e inclusive apresente nos diversos canais de participação o seu feedback. Não é a toa que a força se mantém entre as instituições mais aceitas pelos brasileiros.
Como seria a SEMANA SEGUINTE a uma INTERVENÇÃO MILITAR no Brasil