Localizada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, a Base Aérea de Santa Cruz é uma das mais antigas e relevantes unidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB). Subordinada ao III Comando Aéreo Regional, a base possui uma estrutura completa voltada para operações de defesa aérea, patrulha marítima, salvamento e apoio logístico. Desde sua fundação em 21 de agosto de 1944, mantém importância estratégica para a proteção do espaço aéreo na região sudeste do Brasil.
Entre os destaques da base está o hangar do Zepelim, construído na década de 1930, ainda preservado e em uso. A instalação abriga esquadrões de caça, aeronaves de patrulha marítima, helicópteros, drones, além de diversas unidades de apoio, saúde, comunicação e controle aéreo, compondo um complexo essencial à estrutura de defesa do país.
Primeiro Grupo de Aviação de Caça: legado histórico e missão atual da FAB
A Base Aérea de Santa Cruz é sede do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, criado em 18 de dezembro de 1943, durante o governo de Getúlio Vargas. A unidade ganhou notoriedade ao realizar 2.546 surtidas ofensivas e 450 missões nos céus da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, o grupo retornou ao Brasil e, em 1949, foi reorganizado em dois esquadrões: Jambock e Pif-Paf.
Ambos os esquadrões operam caças Northrop F-5M Tiger II e são responsáveis por missões de defesa aérea e ataque ao solo. Cada unidade mantém cerca de 10 aeronaves em operação, garantindo prontidão constante para proteger o espaço aéreo nacional, especialmente no eixo estratégico do sudeste.
Esquadrões Orungan e Puma: vigilância marítima e operações de resgate
A base abriga também o Esquadrão Orungan, criado em 8 de novembro de 1947, especializado em patrulha marítima. A unidade opera cinco aeronaves P-3AM Orion armadas com mísseis Boeing AGM-84 Harpoon, além de dois drones IAI RQ-1150 Heron. Essas plataformas são utilizadas pela FAB em ações de vigilância, busca e salvamento e proteção costeira no Atlântico Sul.
Já o Esquadrão Puma da FAB, criado em 9 de setembro de 1980, cumpre missões de busca e salvamento (SAR), resgate em combate (CSAR), evacuação aeromédica (EVAM) e transporte logístico. A unidade opera oito helicópteros H-36 Caracal, configurados para enfrentar variados cenários operacionais em todo o território nacional.
Infraestrutura de apoio: segurança, saúde e logística em ação na Base Aérea de Santa Cruz
Além das unidades aéreas, a Base Aérea de Santa Cruz possui diversas estruturas de apoio fundamentais. O Grupo de Segurança e Defesa é responsável pela proteção das instalações, escolta de comboios e segurança de autoridades. O Grupamento de Apoio, por sua vez, presta serviços administrativos e logísticos às organizações militares do complexo.
A base também conta com a Policlínica da Guarnição de Aeronáutica, que presta atendimento médico ao efetivo e suas famílias, além da Prefeitura de Aeronáutica, responsável pela gestão de imóveis residenciais e manutenção de infraestrutura. O Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle opera um centro fixo que fornece suporte às operações táticas, com postos de comunicações móveis e centros de controle.
Controle aéreo e comunicações: suporte estratégico para operações militares da FAB
Complementando a estrutura, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo é a unidade encarregada do tráfego aéreo na região. Ele atua de forma integrada com órgãos nacionais para garantir a segurança de voo e o monitoramento das operações aéreas civis e militares que envolvem a Base Aérea de Santa Cruz.
A Base Aérea de Santa Cruz representa uma peça-chave no sistema de defesa do Brasil, reunindo esquadrões de combate, vigilância marítima e helicópteros de resgate em uma única estrutura. Com mais de 80 anos de história, a base integra forças operacionais, logística, saúde e controle aéreo, consolidando-se como um centro de excelência militar da FAB no país.