No último sábado, mais de uma dezena de militares a bordo do navio Navio Patrulha Mondego, que estava na Madeira, recusaram-se a embarcar para cumprir uma missão, alegando falta de condições de segurança. O episódio tem colocado oficiais generais das Forças Armadas lusas em evidência na imprensa.
Sites e redes sociais ligadas a militares das forças armadas de todo o mundo tem repercutido e comentado um incidente ocorrido em Portugal. Vários militares alegam que de fato muitos acidentes têm ocorrido porque os comandos não dão atenção às advertências feitas pelos militares que de fato operam os equipamentos.
“quem tem um não tem nenhum, é lema entre maquinistas“, disse um militar brasileiro, se referido a apenas um gerador operando na embarcação no Mondego.
A Marinha portuguesa considerou que os 13 militares “não cumpriram seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respectivos”.
De acordo com um documento elaborado pelos militares na iminência de ser punidos, o navio recebeu ordem para “fazer o acompanhamento de um navio russo até o norte do Porto Santo”, em um momento em que as previsões meteorológicas indicavam “ondas de 2,5 a 3 metros”.
Os militares alegaram que o comandante do NRP Mondego “assumiu, perante a guarnição, que não se sentia confortável em largar com as limitações técnicas” do navio.
Entre as limitações técnicas apontadas pelos militares estavam a inoperância de um motor e um gerador de energia elétrica e a falta de um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, aumentando o risco de incêndio. A Marinha confirmou que o navio estava com “uma avaria em um dos motores”, mas afirmou que a missão seria de “curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas”.
A Marinha destacou que apenas a cúpula militar da instituição pode definir quais navios estão de fato em condições de cumprir as missões atribuídas. Além disso, ressaltou que os navios de guerra podem operar mesmo degradados, com defeitos em equipamentos, sem impacto na segurança, já que têm sistemas redundantes e as guarnições são treinadas para lidar com os riscos inerentes. A instituição informou ainda que abriu processos disciplinares e remeteu informações à PJM.