O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, anunciou recentemente que o governo pretende aumentar o orçamento das Forças Armadas para 2% do PIB. Apesar disso, o ministro enfatizou que o Brasil não pretende se armar e que o aumento do orçamento está mais ligado à geração de empregos e à atração de investimentos estrangeiros. Essa posição contrasta com a fala do Chefe do Estado-Maior do Exército, que alertou sobre possíveis ameaças militares ao Brasil no futuro e a necessidade de estar preparado para vencer uma guerra.
Durante a feira internacional de defesa e segurança Laad Defence & Security 2023, no Rio de Janeiro, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou em conversa com jornalistas que “o mundo, não sei porque, está se armando para se defender” e acrescentou que “o Brasil não vai se armar”.
O ministro argumentou que o aumento no orçamento das Forças Armadas seria uma maneira rápida de gerar empregos e atrair investimentos externos, destacando a capacidade produtiva do país em áreas como estaleiros e indústria bélica. “É a forma mais rápida de você gerar emprego“, declarou.
“Defendo muito isso porque seria uma geração de emprego num curto espaço. Na hora em que você quiser fazer um navio, os estaleiros estão prontos, um submarino, e assim nas outras armas também”, disse em entrevista durante visita ao maior navio da Marinha, o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico.
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Clique aqui para seguirPor outro lado, o General Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Exército Fernando José Sant’Ana Soares e Silva, manifestou preocupação com possíveis pressões externas, inclusive de natureza militar, sobre o Brasil.
Segundo ele, é fundamental estar preparado para entrar em combate e garantir a autonomia da sociedade brasileira na tomada de decisões sobre o futuro do país.
O general afirmou que as Forças Armadas devem ser “respeitadas pelo nosso povo e temidas por aqueles que, por ventura, queiram atentar contra a nossa soberania”.
O General de Exército, em discurso aos novos generais, disse o seguinte: “…sem sombra de dúvida, nosso País sofrerá todo tipo de pressão de potências estrangeiras, inclusive militar, com a finalidade de coagir o povo brasileiro a atender interesses outros.
“Temos que estar sempre em condições de, junto com as nossas Forças coirmãs, a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, garantirmos a autonomia para que a sociedade brasileira decida o rumo de nossa Pátria.
Assim, não só devemos estar prontos para entrar em combate, como devemos estar prontos para ganhar a guerra, ser uma Força respeitada pelo nosso povo e temida por aqueles que, por ventura, queiram atentar contra a nossa soberania”, continuou em seu discurso. Confira aqui o artigo com a fala completa do General.
Diante dessas declarações aparentemente conflitantes, fica a dúvida sobre qual será a postura adotada pelo Brasil em relação ao seu aparato militar e de defesa.
Enquanto o Ministro da Defesa sinaliza uma abordagem menos focada no armamento e na defesa do país, o Chefe do Estado-Maior do Exército enfatiza a importância de estar pronto para enfrentar e vencer possíveis ameaças à soberania do país.
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