O Alto Comando do Exército se reuniu nesta segunda-feira, 19 de maio, para discutir os próximos passos a serem tomados após a “crise aberta” no Exército, conforme informação dada pelo Radar.
A reunião, que já estava marcada, ganhou um novo propósito após a revista VEJA revelar, na última quinta-feira, o relatório da Polícia Federal sobre o conteúdo do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que incluía um roteiro de golpe de Estado e conversas golpistas com o coronel Jean Lewand Junior, além de mensagens de militares de diferentes regiões do país em grupos de WhatsApp.
Siga a Revista Sociedade Militar no Instagram e fique atualizado com conteúdo exclusivo em tempo real!
Clique aqui para seguirEm meio a essa crise, o presidente Lula se reuniu na sexta-feira do dia 16 com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, General Tomás Paiva, segundo a agenda do Comandante. Simultaneamente, noticiou-se a suspensão da promoção do coronel Lewand a um cargo nos Estados Unidos.
De acordo com relatório da Polícia Federal, Lawand enviou mensagens ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid. Nos textos, o coronel pede a Cid que Bolsonaro “dê uma ordem” às Forças Armadas para impedir que o presidente Lula assumisse o Planalto após vencer as eleições de 2022.
Veja o trecho abaixo:
“Cidão (sic), pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] dê a ordem que o povo tá com ele, cara. Se os caras não cumprirem, o problema é deles. Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo. Como é que eu vou aceitar uma ordem de um General, que não recebeu, que não aceitou a ordem do Comandante. Pelo amor de Deus, Cidão (sic). Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer”.
Em nota enviada ao Radar, o Exército afirmou o seguinte sobre outros militares citados em conversas:
“Quanto à citação de outros militares em conversas de aplicativos, até o presente momento, o referido documento não foi protocolado no Comando do Exército. Somente após ter conhecimento oficial acerca dos fatos citados será possível fazer uma avaliação da situação e a adoção de eventuais medidas administrativas que se façam necessárias.
Ressalta-se que o Exército Brasileiro tem pautado sua conduta pela legalidade e transparência e vem contribuindo com as investigações em curso, sempre observando os princípios do contraditório e da ampla defesa”, disse o Exército ao Radar.
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