Em artigo publicado nesta segunda-feira, 3 de julho, na Revista Diálogo Américas, que recentemente foi revelado pela Revista Sociedade Militar que se trata de uma publicação ligada ao Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos da América, o professor de Relações Internacionais da Universidade do Panamá, Euclides Tápia, afirma que a empresa chinesa Huawei apresenta um risco muito alto para a democracia na América Latina.
O professor Euclides Tapia ressaltou em sua entrevista à Revista Diálogo Américas, que empresas como a Huawei, sujeitas à intervenção do PCC, podem permitir o acesso irrestrito da China a informações confidenciais e de segurança dos países latino-americanos. A estimativa é que até 2025, cerca de 12% das conexões de internet móvel na América Latina serão feitas por meio da tecnologia 5G, podendo alcançar 20% nos maiores mercados da região, como Brasil e México, segundo a plataforma de pesquisa de mercado alemã Statista.
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Clique aqui para seguirTapia citou o baixo custo e a velocidade de implementação como principais razões para os países optarem pela tecnologia 5G da Huawei. No entanto, a falta de segurança e a dificuldade em reverter tais acordos após firmados são apontadas como ameaças à segurança digital e à própria democracia.
Os Estados Unidos há tempos manifestam preocupação com os equipamentos da Huawei, tendo em vista a possibilidade de serem usados para espionagem. Em 2012, o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA já alertava para essa possibilidade, o que levou à proibição efetiva dos produtos da empresa no país por representar um risco à segurança nacional. Outros países como Austrália, Canadá e Reino Unido seguiram o mesmo caminho.
A questão se intensificou quando a Huawei foi acusada de roubo de segredos comerciais e evasão de proibições dos EUA quanto à transferência de tecnologia para o Irã. A partir de 2019, os EUA impuseram restrições ao fornecimento de chips à Huawei e limitaram seu acesso à tecnologia dos EUA.
“Empresas chinesas como a Huawei, em sua estrutura filosófica e em sua criação, não salvaguardam os dados dos cidadãos; portanto, não são confiáveis”, declarou Gastón Massari, presidente da ONG argentina Gobernanza.
Em resposta à crescente onda de restrições, 10 países europeus também baniram ou restringiram a presença da Huawei em suas redes 5G, segundo a CNBC. Portugal foi um dos últimos a bloquear a tecnologia da Huawei em seu mercado, com a Alemanha considerando a mesma medida.
Tapia enfatizou a importância dos países latino-americanos em considerar cuidadosamente suas opções antes de adotar a tecnologia 5G da Huawei, devido às possíveis implicações para a privacidade dos dados e a infraestrutura de telecomunicações. “Cair nas mãos da tecnologia chinesa é perder a privacidade”, alertou Tapia.
Por Revista Sociedade Militar, com informações de Diálogo Américas.