O governo de Luiz Inácio Lula da Silva vetou a venda de 450 blindados Guarani, do Exército Brasileiro, à Ucrânia.
A decisão, que foi mantida em sigilo até junho, foi comunicada à Iveco Defense Vehicles (IDV), a empresa que produz o blindado em sua fábrica em Três Lagoas, Minas Gerais, e revelada pelo portal Tecnologia&Defesa.
A venda dos veículos militares, que seriam usados em missões humanitárias, poderia ter gerado um negócio de até R$ 3,5 bilhões, uma das maiores transações da indústria de defesa brasileira, segundo Marcelo Godoy para o Estadão.
O veto ao negócio foi manifestado pelo Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento, do Ministério das Relações Exteriores, no final de maio. Os blindados Guarani, que seriam pintados nas cores do serviço de emergência e resgate ucranianos, seriam usados para transportar feridos e civis, retirando-os em segurança das zonas de combate.
Além do impacto financeiro direto da venda dos blindados, o Exército Brasileiro, que detém a propriedade intelectual do Guarani, deixará de receber até R$ 180 milhões em royalties.
A nova versão do Guarani tem capacidade para carregar duas macas com feridos e outros três pacientes sentados, além de médico, de seu ajudante, do comandante do veículo e de seu motorista. Sua blindagem resiste ao impacto de estilhaços de projéteis de artilharia de calibre 155 mm detonados até a 80 metros de distância e de tiros de calibre 12,7 mm feitos a até 100 metros, além de disparos de metralhadoras de calibre 7,62 mm.
Deve ainda proteger sua tripulação contra a explosão de minas.