Em 8 de setembro, o renomado canal do Youtube “Arte da Guerra” conduziu uma análise crítica sobre as diretrizes estratégicas hoje adotadas pelas forças armadas brasileiras. Robinson Farinazzo, especialista e administrador do canal, propôs uma avaliação meticulosa sobre as doutrinas militares nacionais, particularmente daquelas alinhadas com as diretrizes da OTAN, em relação aos desafios contemporâneos dos teatros de guerra. Farinazzo destacou, como exemplo, a situação alarmante do exército ucraniano, que, segundo ele, “está sendo estraçalhado”.
Farinazzo abordou ainda a relação do Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU). Ele enfatizou que, frequentemente, os objetivos e interesses promovidos pela ONU não se alinham ou mesmo divergem significativamente dos interesses estratégicos brasileiros.
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Clique aqui para seguir“O Brasil precisa pensar uma doutrina militar adequada aos seus desafios geopolíticos… Os interesses da ONU nem sempre ou quase nunca são os interesses brasileiros …”
“Essas compras que a gente faz direto aí com a secretaria de defesa dos Estados Unidos porque o que acontece cada vez que você compra um caminhão, compra um jipe, compra qualquer coisa lá nos Estados Unidos, você deixa ele fabricar aqui você acaba exportando empregos receita…”.
O texto a seguir é de autoria de Robinson Farinazzo
– O mundo passa por transformações geopolíticas que poderão ter profundo impacto na condição social do povo brasileiro, e as nossas Forças Armadas não podem ficar alheias à essas mudanças;
– Antigas doutrinas originárias da Guerra Fria já não nos atendem mais (se é que já atenderam algum dia), pois além de terem ficado datadas, são profundamente questionáveis sob o ponto de vista civilizatório;
– Assim sendo, faz-se urgente uma reforma na mentalidade militar brasileira para atender a defesa o Brasil diante das novas ameaças;
– Dentre esses novos perigos destacamos a sanha predatória do chamado “Ocidente expandido”, o qual, sob pretexto de preservação ambiental, cobiça nossa Amazônia;
– Face essa postura de Europa e EUA, não faz sentido atrelar nossa dependência de tecnologia militar à países que nos ameaçam com sanções em fóruns internacionais;
– Temos que relembrar sempre o triste exemplo da Argentina na guerra das Malvinas, quando, dependentes da tecnologia francesa dos mísseis Exocet, os argentinos foram abandonados e traídos por seus fornecedores de armas, perdendo a disputa militar das ilhas para o Reino Unido;
– Assim sendo Brasil precisa desenvolver mentalidade militar própria, com autonomia de sua indústria de defesa, foco no interesse legítimo nacional e independência geopolítica;
– Portanto as reformas doutrinárias são urgentes, e toda a sociedade precisa se engajar nelas.