O movimento terrorista libanês Hezbollah emitiu um alerta, dizendo estar totalmente pronto para lutar contra Israel. Nos últimos dias, terroristas do grupo trocaram tiros com soldados israelenses na fronteira do Líbano. Os combates tiveram seu início depois que terroristas do grupo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.400 pessoas.
À medida que a violência aumenta, observadores temem que o Hezbollah possa abrir uma nova frente contra Israel a mando dos seus líderes e de seus apoiadores iranianos. Esse cenário pode aliviar a pressão sobre o Hamas e os civis palestinos sitiados em Gaza, mas seria devastador para o Líbano e caro para Israel, disseram analistas à agência Al Jazeera.
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Clique aqui para seguirHezbollah já lutou contra Israel antes
Em Julho de 2006, o Hezbollah capturou dois combatentes israelenses na sua fronteira, desencadeando uma resposta militar massiva de Israel. A guerra durou 34 dias e resultou na morte de mais de 1.100 libaneses e 165 israelenses.
Ninguém ganhou a guerra de forma conclusiva. Israel, no entanto, destruiu ou danificou cerca de 30 mil casas, 109 pontes e 78 instalações médicas, segundo o Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Nicholas Blanford, especialista em Hezbollah no Atlantic Council, disse que o grupo tinha na ocasião cerca de 3.000 a 5.000 combatentes e diversos mísseis de curto alcance para atingir Israel. Contudo, ao longo desses últimos 17 anos, o grupo terrorista melhorou significativamente as suas capacidades militares.
“Acho que o Hezbollah hoje tem a capacidade de infligir os maiores danos a Israel desde que o Estado judeu foi estabelecido] em 1948”, disse Blanford à Al Jazeera.
Grupo está muito mais forte
Blanford estimou que o Hezbollah tem pelo menos 60 mil combatentes, incluindo soldados em tempo integral e reservistas. O grupo também aumentou o seu arsenal de mísseis de 14 mil em 2006 para cerca de 150 mil agora, disse o especialista.
“Talvez não seja uma surpresa que as autoridades israelitas tenham considerado, nos últimos anos, o Hezbollah como a sua principal ameaça”, disse Blanford à Al Jazeera.
Apesar dos riscos, Blanford acredita que o Irã e o Hezbollah atuarão com moderação desta vez. No entanto, o especialista não descartou a possibilidade de uma guerra. Blandford disse que o Irã ainda pode reagir contra Israel, principalmente se considerar que agora é o momento mais oportuno para atacar o país.
Imad Salamey, professor de ciência política e na Universidade Libanesa-Americana, contudo, alertou que uma guerra contra o Hezbollah poderia levar a conflitos civis no Líbano. Atualmente, o país atravessa uma enorme crise econômica e política.
A migração de cidadãos libaneses, sobretudo xiitas, para cidades maioritariamente cristãs e sunitas no norte pode desencadear tensões sectárias, uma opinião partilhada por outros observadores além do próprio Salamey.
Fonte: Al Jazeera