Diversidade e Desafio: A Experiência de Servir no Oriente Médio nas Forças Armadas dos EUA
Servindo há muitos anos nas forças armadas dos Estados Unidos, minha experiência é marcada por uma imersão profunda nas operações militares e numa compreensão aprofundada da diversidade e inclusão dentro das forças armadas. Recentemente, entre 17 e 26 de outubro, nossas bases em Al-Tanf, na Síria, e Al Assad, no Iraque, enfrentaram uma série de 55 ataques de grupos militantes alinhados com o Irã. Esses ataques, empregando mísseis e drones sofisticados, resultaram em quase 60 feridos entre nossos soldados. Essa onda de ataques não só destaca a evolução tecnológica da guerra moderna, mas também ressalta a necessidade de constante vigilância e adaptação às novas formas de ameaças.
Soldados feridos
Em Al-Tanf, 32 dos nossos bravos soldados foram feridos, enquanto em Al Assad, 13 sofreram ferimentos. Além dos danos físicos evidentes, as repercussões psicológicas e emocionais desses ataques são profundas. 15 soldados em al-Tanf e quatro em al Assad foram diagnosticados com lesões cerebrais traumáticas, um tipo de ferimento que muitas vezes permanece invisível, mas tem impactos de longo alcance na saúde e bem-estar dos militares. Como alguém que está na linha de frente, essas estatísticas representam mais do que números; são a realidade vivida por nós, onde cada soldado tem uma história, uma família, sonhos e esperanças.
A diversidade dentro das forças armadas dos EUA é uma fonte de força e resiliência. Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto de Política Social e Entendimento indicou que os americanos muçulmanos estão tão propensos a servir nas forças armadas quanto qualquer outro grupo demográfico do país. Este fato é emblemático da natureza inclusiva e plural das forças armadas, onde 11% dos entrevistados muçulmanos expressaram disposição para servir, superando os percentuais de católicos, protestantes e participantes não religiosos.
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O Exército, a Marinha e a Força Aérea dos EUA adotam políticas que respeitam e protegem a expressão religiosa dos militares, incluindo sikhs e muçulmanos, promovendo um ambiente onde a diversidade é vista como um ativo valioso. Essas políticas são um testemunho do compromisso das forças armadas com a inclusão e respeito pelas diferentes culturas e crenças, fortalecendo a coesão e o espírito de equipe entre os soldados de diferentes origens.
Em nossas missões no Oriente Médio, nos focamos no apoio e aconselhamento às forças locais, desempenhando um papel crucial na luta contra o extremismo e na busca pela estabilidade regional. A frequência e intensidade dos ataques que enfrentamos não só testam nossa capacidade de resposta, mas também reforçam a importância da solidariedade e do apoio mútuo em condições adversas.
Servir no Exército dos EUA neste contexto desafiador tem sido uma jornada de aprendizado contínuo e de crescimento pessoal. Enfrentar estas ameaças e trabalhar para construir a paz em uma região marcada por turbulências requer resiliência, adaptabilidade e, acima de tudo, a convicção de que nossos esforços são fundamentais para um futuro mais seguro e estável. A experiência de servir ao lado de colegas de diversas origens e crenças reforça a ideia de que, apesar das diferenças, compartilhamos um compromisso comum com os valores de honra, coragem e dedicação.
Antônio Caiado é brasileiro e atua nas forças armadas dos Estados Unidos desde 2009. Atualmente, serve no 136ª maneuver enhancement brigade (MEB) senior advisor, analisando informações para proteger tropas americanas em solo estrangeiro. |