O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), em uma manobra política, alinhou-se com o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para estreitar laços com os comandantes das Forças Armadas, indo contra algumas propostas mais radicais de seu próprio partido, segundo a Folha.

Este movimento estratégico visa reconstruir a confiança entre o governo e os militares após uma transição governamental complexa e tensões decorrentes dos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro.
A mudança de postura de Lula em relação à Garantia da Lei e da Ordem (GLO) exemplifica essa nova abordagem. Apesar de inicialmente resistir à ideia, Lula autorizou uma operação das Forças Armadas em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo para combater o crime organizado, justificando a medida como uma resposta à “situação muito grave” na região.
Essa aproximação com os militares contrasta com a tentativa da ala majoritária do PT de aproveitar a crise militar para impulsionar mudanças no Congresso, como a alteração do artigo 142 da Constituição, que foi barrada pelo próprio governo Lula. Em vez disso, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pactuada com os chefes militares foi elaborada, focando na proibição de militares na ativa disputarem eleições.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (Cedesen), nota uma mudança significativa na relação de Lula com os militares em seu terceiro mandato, destacando a influência positiva de Múcio nesse processo.
“No Lula 3, a relação com os militares era de desconfiança total e de restrições de toda sorte. Não foi assim no Lula 1 e 2. Depois de um ano, a situação mudou totalmente e o relacionamento nunca foi mais tranquilo do que agora. ‘Thanks to’ Múcio”, afirmou.