Anny Caroline de Bassi, à esquerda na foto, velocista catarinense de 26 anos, conquistou a medalha de bronze no revezamento 4x400m feminino nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Porém o sonho de se tornar atleta militar foi barrado pelo Exército por causa de uma deficiência que não a atrapalha em competições alto nível em que concorre contra atletas sem nenhuma deficiência.
Síndrome de Poland
Anny nasceu com a Síndrome de Poland, que causa deformidade no peito e, em alguns casos, malformação de membro superior. Ela não tem os dedos e a maior parte da mão esquerda.
Sonho frustrado
Apesar da deficiência não a impedir de competir em alto nível no atletismo convencional, Anny foi considerada inapta para ser atleta militar pelo Exército. Ela não foi informada da reprovação no exame médico, apenas quando os resultados foram publicados.
Prejuízo financeiro
Com a recusa do Exército, Anny perde a oportunidade de receber um soldo de R$ 3,8 mil.
Falta de apoio
A atleta busca o índice olímpico nos 100m e vagas nos dois revezamentos em Paris. Sem o apoio do Exército, ela se vira com o pouco que tem: Bolsa Atleta internacional (R$ 1,8 mil), bolsa da prefeitura de Balneário Camboriú (SC) (cerca de R$ 1 mil) e um futuro salário do clube local.
Determinação
Apesar das dificuldades, Anny se mostra resiliente e focada em seus objetivos.
“Eu estou bem animada com o ano, treinando muito bem. Quando teve a negativa do Exército, era uma coisa que eu queria, e eu fiquei chateada por um momento, mas sabia que não poderia me abalar. Não poderia perder tempo ficando chateada com isso. Eu estou com expectativa alta, treinando muito bem, melhor do que nos anos anteriores. Acredito que vou estar entre as top 5 das duas provas, dos 100m e dos 400m, e vou representar o Brasil nas Olimpíadas.”
Procurado, o Ministério da Defesa se esquivou e direcionou a equipe do Uol para buscar informações com o Exército. O Exército, por sua vez, não deu resposta.
Fonte: Uol