As Forças Armadas são investigadas pelo Ministério Público Militar (MPM) por compras extravagantes durante o governo Bolsonaro.
A procuradora Najla Nassif Palma pediu a abertura de inquérito para apurar indícios de irregularidades na compra de alimentos de alto padrão, como picanha, salmão, conhaque, uísque e cerveja puro malte, para o consumo dos militares.
O cardápio milionário teria sido adquirido em pregões realizados em 2019 e 2020, quando o general da reserva Braga Netto era ministro da Defesa. O MPM identificou indícios de superfaturamento e questiona a compra de 20 toneladas de carne nobre em um curto período.
A investigação também mira a discrepância de preços entre os fornecedores. A Ravi Comércio Atacadista e Alimentos, que venceu dois pregões, forneceu 650 quilos de carne no dia 27 de janeiro de 2020 e mais 670 quilos em 11 de março de 2020, ao preço de R$ 41,28 o quilo.
O total das compras: 1.320 quilos de filé mignon a um custo total de R$ 54.737,60.
Já a GN Alimentos Ltda., que venceu outros três pregões, forneceu 1.500 quilos ao custo de R$34,66 o quilo, em 11 de março de 2020. O total: 21.300 quilos de carne, totalizando R$ 731.478,00 reais.
O inquérito vai apurar se os preços pagos pelas Forças Armadas estavam compatíveis com o mercado e se houve favorecimento de empresas. A investigação também vai analisar se a compra de alimentos de luxo era compatível com a Lei de Licitações e Contratos e se houve prejuízo ao erário.
As Forças Armadas, por sua vez, afirmaram que foram responsáveis pelo processo licitatório dos pregões. As investigações sobre o caso continuam.
Fonte: O Globo