Em entrevista ao programa É Notícia da RedeTV!, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “nunca na história se prendeu tantos militares como agora” em referência às punições após os atos golpistas de 8 de Janeiro. Lula destacou que o foco agora é no presente e no futuro do país, e que o golpe de 1964 “faz parte do passado”.
“Eu, sinceramente, vou tratar da forma mais tranquila possível. Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64. Isso já faz parte da história. Já causou o sofrimento que causou. O povo já conquistou o direito de democratizar esse país“, declarou Lula.
O presidente reconheceu que o ato pro-Bolsonaro na Avenida Paulista no último domingo, 25 de fevereiro, foi “grande” e que “não é possível você negar um fato”. No entanto, criticou o teor da manifestação, que, para ele, foi “em defesa do golpe”.
“Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo que não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá? ‘É outros 500“, afirmou Lula.
Lula também criticou o pedido de anistia feito por Jair Bolsonaro para os presos pelo 8 de janeiro de 2023.
“Quando o cidadão lá pede anistia, ele tá dizendo: ‘Não, perdoe os golpistas’. Tá confessando o crime“, disse o presidente.
“Eles [os presos pelo 8/1] nem foram julgados ainda, eles estão presos como garantia da paz e da ordem deste país. Ainda não descobriu quem mandou, financiou, porque houve uma tentativa de golpe“, completou.
O presidente ainda comentou sobre a presença de governadores bolsonaristas no ato, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. “Essa gente toda tinha até obrigação de estar lá porque só foi eleita por causa de Bolsonaro”, afirmou Lula.
Lula finalizou a entrevista dizendo que está mais preocupado em “tocar o país para frente” do que em “ficar remoendo o passado”.
“O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente“, concluiu.
Assista à entrevista a partir dos 34 minutos.