Menos de uma semana atrás circularam textos falsos atribuídos aos Clubes de oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica. Um dos textos, festejado em grupos de whatsapp e criticado em outros, dizia que generais teriam se tornado “lacaios do crime” e de alguma forma os clubes mobilizariam militares para “proteger nossa nação“. Os clubes se apressaram em desmentir a nota, enviando a “contranota” para redações de jornais e sites, entre eles a Revista Sociedade Militar.
Nessa sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024, os Clube dessa vez publicaram um manifesto, o texto foi bastante diferente do que esperavam grupos mais radicais que se reúnem pela internet. A diretoria dos clubes adverte para uma “perigosa polarização”, diz que deve-se prevenir aventuras desestabilizadoras e que não cederá à tentativas de fazer com que as instituições incentivem qualquer espécie de desavenças dentro das Forças Armadas Brasileiras.
Texto divulgado pelo Clube Militar – Assinado pelos presidentes dos três clubes de oficiais das Forças armadas
“Os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica reconhecem a imperativa necessidade de preservar os valores fundamentais do Estado Democrático de Direito, como cidadania, pluralismo político, garantia dos direitos individuais e liberdade de expressão. Além disso, é crucial manter o equilíbrio e a separação dos três Poderes da República.
Em um momento em que nossa sociedade enfrenta perigosa polarização, surge a preocupação com antagonismos entre diferentes setores. Observamos, com apreensão, a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram o Estado Democrático de Direito – algo que, cumpre registrar, consideradas as suas trajetórias de vida, avaliamos ser pouco sustentável.
É imprescindível que os processos em andamento sejam conduzidos com responsabilidade e imparcialidade, respeitando os limites legais, o devido processo legal, a igualdade perante a Lei, o contraditório e a ampla defesa. A acuidade dessa abordagem é vital para contribuir que se evite a deterioração das relações no âmbito militar.
Que todos, sem exceção, cumpram seus deveres de acordo com o previsto na Constituição, sem casuísmos, visando restaurar a paz, harmonia e coexistência da diversidade de opiniões em nossa sociedade. Isso é essencial para o progresso do nosso País e para prevenir aventuras desestabilizadoras em todos os espectros políticos e sociais.
Àqueles que nos demandam posições extremadas, reiteramos que não promoveremos o dissenso no seio das Forças Armadas, objetivo permanente daqueles que não comungam de nossos ideais, valores e amor à Pátria, ignorando o nosso juramento de defendê-la, se necessário, com o sacrifício de nossas próprias vidas”
Revista Sociedade Militar