Em plena Guerra Fria, a União Soviética precisava de algo que deixasse o mundo em silêncio…E então, nasceu o Cisne Branco. Um jato gigante, elegante… mas com um coração nuclear. O nome técnico? Tupolev TU-160. Ele voa a mais de 2.200 km/h — isso mesmo, quase o dobro da velocidade do som, e é construído quase todo em titânio. Mas por trás da beleza, há destruição: Esse avião carrega armas nucleares com alcance intercontinental. Com um impressionante recorde de mais de 25 horas no ar, ele não é apenas o maior… é o mais letal jato supersônico da história!
Desde seu desenvolvimento durante a Guerra Fria até sua modernização contínua, o TU-160 da Força Aérea russa possui uma história rica e fascinante. A combinação de design avançado, como as asas de enflechamento variável, e materiais de ponta, como o titânio, fizeram deste bombardeiro um marco na aviação. Conheça a trajetória do TU-160 e como ele continua a influenciar a aviação militar mundial.
Primeiro bombardeiro nuclear supersônico do mundo é dos EUA
Durante o auge da Guerra Fria, em 1960, a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) introduziu o primeiro bombardeiro nuclear supersônico do mundo, o B-58 Hustler. Menos de 15 anos depois, em 1974, surgiu o B-1A Lancer, um bombardeiro muito maior, também supersônico, com alcance suficiente para atacar alvos no coração da União Soviética.
Nesse contexto, os soviéticos começaram a desenvolver um bombardeiro supersônico de alcance intercontinental. A liderança desse projeto ficou a cargo do lendário projetista Andrei Tupolev E do projetista-chefe Valentin Bliznyuk.
Inspirados no B-1, a Força Aérea soviética decidiu adotar uma configuração com asas de enflechamento variável para o Tu-160. Esse design permitia decolagens com maior peso, ou seja, mais armas e combustível, resultando em um alcance maior.
Durante o voo, as asas podiam ser ajustadas para um enflechamento médio, economizando combustível em velocidades subsônicas. Na fase final, as asas eram ajustadas para o máximo enflechamento, permitindo voos supersônicos a mais de 2.200 km/h, reduzindo o tempo de exposição às defesas inimigas.
Desenvolvimento de técnicas exclusivas de soldagem da engenharia militar da Força Aérea soviética
A implementação de asas móveis em uma aeronave do tamanho do Tu-160 desenvolvida pela engenharia das Forças Armadas soviética exigiu várias inovações tecnológicas, especialmente em relação aos materiais utilizados. O titânio, conhecido por sua leveza e alta resistência, foi amplamente empregado, particularmente na seção central da aeronave, incluindo a caixa de conexão das asas móveis. A fábrica em Kazan desenvolveu técnicas exclusivas de soldagem para trabalhar com essas peças.
O tamanho do Tu-160 também necessitou a criação de um motor específico, o turbofan NK-32 com pós-combustão, capaz de gerar um empuxo máximo de cerca de 55.000 lbf. Para colocar em perspectiva, a potência de um único NK-32 equivale à potência máxima de três caças Gripen da Força Aérea Brasileira. O Tu-160 é equipado com quatro desses motores, que utilizam um combustível especial, resultando em uma característica fumaça laranja.
O primeiro protótipo do Tu-160 voou em 18 de dezembro de 1981, e o primeiro exemplar de série ficou pronto em outubro de 1984. No entanto, o avião só começou a entrar em serviço na Força Aérea Soviética em meados de 1987, pouco antes do colapso da União Soviética em 1991. Naquela época, apenas 22 Tu-160 estavam em serviço, e a produção foi interrompida em 1994 devido ao caos do fim do regime soviético.
Inovações tecnológicas e design avançado na força aérea russa
Após a dissolução da União Soviética, a frota do Tu-160 foi dividida entre a Rússia e a Ucrânia. Em 1999, a Ucrânia negociou a entrega dos Tu-160 que estavam em sua posse militar para a Rússia, como parte de um acordo para abonar dívidas de energia. Atualmente, todos os Tu-160 operacionais pertencem à Rússia, que possui uma frota composta por seis Tu-160 da versão original, sete modernizados para o padrão Tu-160M1, e quatro da versão mais recente, Tu-160M2.
A versão Tu-160M2 inclui o primeiro exemplar novo desde a reiniciação da produção, um avião que voou em janeiro de 2022. Outros nove Tu-160M2 estão em produção, com um contrato inicial de 10 bombardeiros novos. Cada Tu-160M2 é capaz de transportar até 45 toneladas de armas, incluindo mísseis de cruzeiro e hipersônicos, com cargas explosivas convencionais ou nucleares, e possui um alcance máximo de combate de 10.500 km, que pode ser ampliado através de reabastecimento em voo.
A principal melhoria dos novos Tu-160M2 é a eletrônica, incluindo um novo radar, novos conjuntos de aviônicos de autodefesa, vigilância e alerta, e contramedidas eletrônicas. Além disso, o cockpit é agora totalmente digital, com modernos sistemas de comunicação, navegação, piloto automático e controle de voo, além de um sistema de gerenciamento de voo que reduz a carga de trabalho dos pilotos, processando e exibindo todas as informações em um único conjunto.
O Tupolev Tu-160, o maior avião supersônico do mundo, continua a evoluir e a desempenhar um papel crucial na engenharia da aviação militar russa, com planos de operar uma frota de 30 aeronaves nas próximas décadas.
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