O DDG(X), futuro destróier de próxima geração da Marinha dos Estados Unidos, segue avançando em sua fase de concepção. Durante uma conferência da Surface Navy Association, o diretor de guerra de superfície da marinha reforçou a necessidade de que esse novo navio seja capaz de operar uma variedade maior de sistemas de armas, ao mesmo tempo em que apresenta um nível inédito de produção de energia. Apesar das incertezas sobre cronogramas de entrega e custos, o DDG(X) precisa superar as limitações da classe Arleigh Burke, cuja capacidade de crescimento futuro já atingiu o limite.
A evolução da guerra naval exige embarcações mais avançadas e adaptáveis. Com maior capacidade energética e espaço para novos armamentos, o DDG(X) surge como um destróier projetado para operar tecnologias emergentes, como armas de energia dirigida e mísseis hipersônicos. Além disso, suas inovações estruturais garantem maior autonomia e eficiência operacional, reforçando a posição da Marinha dos EUA no cenário global, conforme revelou o The Warzone.
Modernização tecnológica e potência energética da construção naval americana
O contra-almirante Bill Daly destacou que o destróier DDG(X) é essencial para a evolução da construção naval, incorporando novos padrões de resistência, produção e armazenamento de energia, bem como avanços em C5I (comando, controle, comunicação, computação, cibernética e inteligência) e tecnologia de armas, incluindo mísseis hipersônicos e energia dirigida.
Segundo Daly, o consumo de energia nos lares americanos aumentou 40% desde o lançamento do USS Arleigh Burke (DDG-51) no final dos anos 1980, e essa demanda crescente também se reflete nos navios. O Congresso dos EUA determinou que a Marinha investigue sistemas de propulsão capazes de gerar 40 megawatts de energia reserva, um requisito essencial para o DDG(X). Testes de propulsão terrestre já estão em andamento no Naval Surface Warfare Center, na Filadélfia, com um investimento de US$ 122 milhões para validar o sistema integrado do DDG(X).
A tecnologia de propulsão elétrica integrada (IPS), também presente nos destruidores da classe Zumwalt, permitirá atender às demandas energéticas de armas de energia dirigida e sensores avançados. Apesar de a classe Zumwalt ter sido reduzida a apenas três unidades, seu sistema de propulsão turboelétrico é altamente eficiente, gerando mais de 75 megawatts de potência.
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Capacidade expansível de armas hipersônicas e defesa avançada no DDG(X)
Os sistemas de armas que equiparão o destróier DDG(X) ainda estão em discussão, mas é provável que incluam mísseis hipersônicos, armas de energia dirigida e mísseis de defesa antiaérea de longo alcance. Atualmente, apenas a classe Zumwalt tem capacidade elétrica suficiente para operar essas armas de alta potência.
O DDG(X) será um navio significativamente maior que seus antecessores, com um deslocamento de 13.500 toneladas, quase 40% maior que os 9.700 toneladas da variante Flight III da classe Arleigh Burke. Além disso, o navio contará com o sistema de combate Aegis Flight III e o radar AN/SPY-6, também chamado de Air and Missile Defense Radar (AMDR) ou Enterprise Air Surveillance Radar (EASR), garantindo uma maior capacidade de expansão e modernização ao longo de sua vida útil.
Outro destaque do DDG(X) será sua redução na assinatura infravermelha, acústica e eletromagnética, aumentando sua capacidade de sobrevivência em combate. Ele também terá uma autonomia de navegação ampliada, necessitando de menos reabastecimentos em alto-mar.
O armamento padrão do DDG(X) incluirá 96 células do Sistema de Lançamento Vertical (VLS), com possibilidade de substituição de 32 delas por 12 células maiores para mísseis de grande porte. O navio também contará com dois lançadores de mísseis Rolling Airframe Missile (RAM) e poderá receber uma seção modular adicional, chamada Destroyer Payload Module, para aumentar ainda mais sua capacidade de carga.
Desafios de custos e cronograma de produção do futuro destróier da Marinha dos EUA
Apesar das promessas tecnológicas, o programa DDG(X) enfrenta desafios financeiros significativos. A Marinha dos EUA planeja adquirir 28 unidades desse novo modelo, com um custo médio estimado de US$ 3,3 bilhões por navio. No entanto, a projeção do Congressional Budget Office (CBO) indica que o custo real pode chegar a US$ 4,4 bilhões por unidade, devido às dimensões e às inovações tecnológicas embarcadas.
Atualmente, o cronograma de construção prevê o início da produção para 2034 ou mais tarde, postergando os planos iniciais que previam a primeira unidade em 2032. Além disso, os custos das variantes Flight III da classe Arleigh Burke também estão aumentando, passando de US$ 2,1 bilhões para US$ 2,5 bilhões por navio.
O DDG(X) promete revolucionar a frota de combate da Marinha dos EUA, mas ainda há incertezas quanto à sua capacidade de cumprir prazos e manter os custos sob controle. Com um projeto que aposta na expansão tecnológica e no aumento da potência de fogo, resta saber se a Marinha e a indústria conseguirão entregar essa nova classe de destruidores no tempo e no orçamento previstos.