Realizado em novembro de 2024, o maior exercício militar aéreo da América Latina, o Cruzex (Cruzeiro do Sul), ocorreu na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte. A edição contou com a participação de 16 países, aproximadamente 100 aeronaves e 3.500 militares, em uma operação conjunta voltada ao fortalecimento da interoperabilidade e à troca de conhecimentos entre as forças aéreas envolvidas.
Presença de caças de ponta: o Gripen e o F-15 Eagle
Dois novos caças de alta performance, o Gripen E, da Força Aérea Brasileira (FAB), e o F-15 Eagle, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), são os grandes destaques desta edição. A inclusão destas aeronaves foi marcante, já que nenhuma delas havia participado de edições anteriores do Cruzex. Inicialmente, os EUA planejavam utilizar o caça F-16, mas ao identificar uma desvantagem técnica em relação ao Gripen, optaram por enviar o F-15 Eagle, uma das aeronaves de combate mais renomadas do mundo e que nunca foi derrotada em combate real.
Primeiras simulações: Força Aérea do Brasil vence confronto aéreo contra os EUA
No dia 5, ocorreu o primeiro combate simulado entre o Gripen e o F-15. Ambas as aeronaves estavam equipadas com mísseis de longo alcance (Beyond Visual Range, ou BVR): os norte-americanos usaram o AIM-120 AMRAAM, enquanto os caças brasileiros utilizaram o moderno míssil MBDA Meteor, reconhecido por seu alcance superior e elevada precisão. No embate simulado, o Brasil surpreendeu, vencendo o confronto com um placar de 2 a 0, uma vitória que deixou os pilotos norte-americanos impressionados com o desempenho do caça brasileiro.
Os elogios vieram em especial pela robustez e capacidade eletrônica do Gripen, que demonstrou um nível tecnológico e de sensores que impactaram positivamente os militares dos EUA. É importante ressaltar que o Gripen ainda não está totalmente otimizado na FAB, o que valorizou ainda mais seu desempenho nesta simulação.
Tecnologia de ponta e destaque internacional
Equipado com sistemas avançados de sensores e radar, bem como com recursos inéditos de guerra cibernética dentro da Força Aérea Brasileira, o Gripen E provou ser um trunfo na frota brasileira. Sua presença no Cruzex 2024 não apenas solidifica o Brasil como líder tecnológico na aviação militar da América Latina, mas também tem chamado a atenção dos países aliados, que se surpreendem com as inovações incorporadas à aeronave.
A entrada do Gripen na frota da FAB elevou a capacidade de combate aérea do Brasil, proporcionando uma vantagem estratégica em relação às outras nações da região. A combinação de alcance estendido e integração de sistemas de última geração faz com que o caça sueco-brasileiro seja o mais avançado entre as forças aéreas da América Latina.
Desempenho e capacidades do F-15 durante a simulação
O caça norte-americano empregado durante o Cruzex 2024 foi o F-15 Eagle, uma aeronave de superioridade aérea desenvolvida pela McDonnell Douglas (atualmente Boeing), amplamente reconhecida por sua capacidade de combate ar-ar. Desde sua introdução nos anos 1970, o F-15 passou por diversas atualizações tecnológicas e continua sendo uma das plataformas mais confiáveis da Força Aérea dos Estados Unidos. Com velocidade máxima superior a Mach 2,5 e equipado com avançados sistemas de radar e armamentos, o F-15 foi projetado para obter e manter a supremacia aérea em qualquer cenário de combate. Sua participação no exercício evidenciou o alto nível de realismo das simulações realizadas e proporcionou uma valiosa troca de experiências entre as forças envolvidas.
Etapas finais do exercício Cruzex
Durante os últimos dias do exercício, o Cruzex realizou novas operações e simulações de combate, testando ainda mais as capacidades das aeronaves e o preparo das equipes envolvidas. Esses exercícios foram essenciais para que os países participantes ajustassem suas táticas de combate e aperfeiçoassem a cooperação entre as forças aéreas, especialmente em cenários simulados de conflito que exigiram alto nível de coordenação.
A atuação do Gripen no Cruzex 2024 reforçou o papel do Brasil como protagonista na segurança regional e na preparação militar com tecnologia de ponta.