Em um novo capítulo da crescente disputa tecnológica e militar entre as grandes potências, a China ampliou sua demonstração de força militar ao lançar o maior navio de assalto anfíbio do mundo, descrito como um “porta-aviões leve”, apenas um dia após realizar voos de teste de novos protótipos de caças furtivos. A rápida sucessão de eventos ressalta a expansão acelerada da capacidade industrial e militar de Pequim, em meio à crescente rivalidade com os Estados Unidos.
Segundo o Financial Times, o poderoso navio, batizado de Sichuan, foi apresentado na sexta-feira (22) durante uma cerimônia no Estaleiro Hudong, em Xangai. Combinando elementos de porta-aviões e embarcações anfíbias de desembarque, o novo modelo, conhecido como Tipo 076, representa um avanço significativo na capacidade chinesa de projeção global de poder, incluindo cenários de invasão de Taiwan.
Com 260 metros de comprimento, o Sichuan supera a classe América, da Marinha dos EUA, e o Izumo, do Japão. Ele é equipado com um sistema de lançamento eletromagnético, que permite operações de aeronaves não tripuladas e até caças tripulados, ampliando suas funções além dos helicópteros típicos de navios anfíbios tradicionais. De acordo com estimativas do think-tank americano CSIS, o deslocamento do navio é de 50 mil toneladas, enquanto fontes oficiais chinesas o colocam em mais de 40 mil.
O lançamento do Sichuan ocorreu apenas um dia após voos de teste de novos protótipos de caças furtivos nas cidades de Shenyang e Chengdu, onde são desenvolvidos projetos rivais para a próxima geração de aeronaves de combate. Entre as novidades, destaca-se o modelo Chengdu, exibido no último show aéreo de Zhuhai, junto com o J-35, mais novo caça furtivo chinês.
A rápida produção de equipamentos de ponta, incluindo a construção do Tipo 076 em apenas quatro anos, contrasta com os gargalos enfrentados pelos EUA na expansão de seu arsenal militar. A nova classe de navios coloca a China na “era dos quatro porta-aviões”, como celebraram analistas militares chineses, destacando o avanço estratégico no cenário global.
Com a entrega do terceiro porta-aviões chinês, o Fujian, em fase de testes no mar, e o lançamento do Sichuan, Pequim reforça sua posição como potência militar emergente e sinaliza sua ambição de rivalizar com os EUA em capacidade de projeção militar.