A Alemanha está reforçando seus preparativos militares e de defesa em meio às crescentes tensões globais com a Rússia. Um extenso plano estratégico, intitulado “Operação Alemanha”, foi revelado com mais de mil páginas detalhando como o país se tornaria um ponto-chave para o deslocamento de tropas e equipamentos em direção ao flanco leste da OTAN. Este documento reflete o nível de preocupação do governo alemão com um possível confronto direto com o Kremlin.
O chefe da agência de inteligência da Alemanha, Bruno Kahl, alertou sobre uma intensificação das operações russas, incluindo sabotagens em infraestrutura e ataques a satélites ocidentais. Recentemente, a queda de um avião da DHL na Lituânia levantou suspeitas de ação deliberada por parte da Rússia, ressaltando como a guerra moderna se estende para além dos campos de batalha convencionais.
Com mais de 185 mil soldados ativos, as Forças Armadas da Alemanha, conhecidas como Bundeswehr, estão entre as maiores da União Europeia. Após anos de críticas sobre o baixo investimento em defesa, o país finalmente alcançou o compromisso de destinar 2% do PIB ao setor militar, conforme estipulado pela OTAN em 2014. Este marco representa uma guinada histórica após décadas de cortes no orçamento militar.
A escalada do conflito na Ucrânia e o uso de mísseis balísticos por parte da Rússia aumentaram o temor de uma guerra global. Enquanto a Ucrânia busca acelerar sua entrada na OTAN, o Kremlin utiliza essa possibilidade como justificativa para continuar o conflito. Reuniões em Bruxelas têm intensificado pedidos por sistemas de defesa como o Patriot, utilizado pelos Estados Unidos.
Além do fortalecimento militar, a Alemanha também foca na proteção de sua população. Em novembro, o governo anunciou a reativação de antigos bunkers e o mapeamento de abrigos capazes de oferecer refúgio em caso de ataque. A construção de novas estruturas em áreas estratégicas está sendo analisada para lidar com possíveis ameaças.
O cenário de incerteza política global é agravado pela possibilidade de mudanças na liderança dos Estados Unidos, o que pode enfraquecer o apoio militar e financeiro à Ucrânia. Enquanto isso, outros países europeus também intensificam treinamentos militares e reforçam medidas de emergência em regiões próximas à fronteira russa.
Mesmo distante, o Brasil acompanha os desdobramentos com preocupação. O governo brasileiro permanece sem grandes ações diante de ameaças crescentes, como o possível alinhamento da Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, com potências que desafiam a estabilidade global. Maduro cogita até mesmo enviar tropas para apoiar a Rússia, colocando a América do Sul no radar das tensões internacionais.
A Alemanha dá um recado claro ao se posicionar como uma liderança na preparação para cenários de crise: está pronta para defender seus interesses e aliados. Contudo, as próximas semanas serão cruciais para definir se a diplomacia ainda pode conter o avanço de uma escalada militar de proporções históricas ou se o mundo caminha para um novo período de instabilidade.
Com informações de: Vida no quartel