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Confronto nas selvas do Brasil: como uma ação conjunta do Exército e da FAB barrou o avanço dos EUA sobre o nióbio

Descubra como o Exército Brasileiro, em uma megaoperação militar, frustrou os planos de invasão à maior reserva de nióbio do mundo

por Noel Budeguer
08/04/2025
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Em dezembro de 1992, após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, o Brasil passou a ser governado por Itamar Franco, seu vice-presidente. Já em janeiro de 1993, Bill Clinton, um presidente democrata conhecido por seu ambientalismo fervoroso, assumiu o poder nos Estados Unidos. Seu vice-presidente, Al Gore, liderou um movimento na ONU, com o apoio de vários governos europeus, para pressionar Itamar Franco a demarcar e homologar a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, no estado brasileiro de Roraima, na fronteira com a Guiana. Exército

A cobiça internacional pela Amazônia

A Reserva Raposa Serra do Sol é riquíssima em nióbio, um mineral estratégico, e abriga a maior reserva desse recurso no mundo. Esse fato atraiu a atenção de várias ONGs estrangeiras. Na verdade, o interesse internacional na homologação da reserva serviria como uma espécie de chancela do governo brasileiro de que naquela área havia uma suposta nação indígena, facilitando os trabalhos de declarar aquela área de fronteira como independente do Brasil, tornando-a no primeiro país indígena do mundo, no qual eles poderiam negociar diretamente as riquezas do subsolo, principalmente o nióbio.

A descoberta da invasão iminente

No dia 8 de setembro de 1993, um piloto civil brasileiro, conhecido como Donair, havia chegado com seu avião Cessna PTB-MR no município de Uiramutã. Ele estava trazendo de volta turistas que havia levado até a Cachoeira de Muriqui, na fronteira com a Guiana. A população da pequena cidade estava armada e agitada. Ao sobrevoar a fronteira, Donair avistou um gigantesco acampamento militar bem às margens do rio Maú, a fronteira natural entre os dois países.

Imediatamente, o sargento da polícia militar do posto da cidade comunicou o ocorrido para o 3º Pelotão Especial de Fronteira do Exército, em Pacaraima, também em Roraima, mas na fronteira com a Venezuela. Paralelamente a isso, a embaixada brasileira no Caribe avisou o governo brasileiro de que dois grandes navios de guerra, um americano e um britânico, haviam atracado no porto da cidade, e que grandes helicópteros de transporte de tropas estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e por qual motivo.

A resposta rápida e decisiva do Exército Brasileiro

No dia seguinte, um capitão de infantaria do Exército daquele pelotão de fronteira sobrevoou a região e constatou que não eram militares da Guiana. Pelo número de barracas e pelas bandeiras das armas, ele pôde calcular a presença de cerca de 600 soldados americanos e britânicos. Ele também flagrou um C-130 com a bandeira americana usando uma pista rústica e trazendo mais soldados para a região. Ainda no mesmo dia, moradores de Uiramutã avistaram a mesma aeronave sobrevoar duas vezes o lado brasileiro da fronteira.

A situação era potencialmente grave, e o oficial comunicou imediatamente o comando do Exército em Brasília. O comando das Forças Armadas reagiu rapidamente, desencadeando uma megaoperação de dissuasão, inicialmente disfarçada como uma simples operação de adestramento para a imprensa, denominada Operação Surumu.

A operação Surumu em ação

A Operação Surumu começou com o lançamento em sigilo, na região de Uiramutã, de forças especiais, como precursores e paraquedistas. Aeronaves C-130 Hércules e C-115 Búfalo, escoltadas por caças F-5M e AMX da Força Aérea Brasileira, lançaram 850 paraquedistas na região. Esses paraquedistas selecionaram a melhor posição para cavar suas trincheiras e montar suas metralhadoras e peças de morteiro, ficando frente a frente, separados apenas pelo rio Maú, com os 600 soldados de infantaria americanos e britânicos.

Enquanto isso, pequenos grupos de precursores já operavam em sigilo, realizando missões de reconhecimento especial. Caças Tucano e AMX da FAB sobrevoavam a região, prontos para realizar ataques ao solo em apoio aos paraquedistas. O Exército e a Força Aérea se esforçavam para transportar o maior número possível de soldados das brigadas de infantaria de selva da região amazônica para a área.

A demonstração de força decisiva

Diante de tal afronta, o presidente Itamar Franco não homologou a reserva indígena, coisa que só aconteceu anos depois, já em outro contexto internacional, durante o governo Lula. Com tamanha demonstração de força das Forças Armadas Brasileiras, os Estados Unidos entenderam que uma tentativa de tomada da reserva não se daria sem antes uma encarniçada batalha que custaria a vida de muitos soldados americanos, podendo iniciar uma espécie de Nova Guerra do Vietnã.

A Operação Surumu foi um marco na história das Forças Armadas brasileiras, demonstrando sua prontidão e capacidade de defender a soberania nacional. Essa operação frustrou os planos de invasão americana e garantiu a integridade territorial do Brasil, preservando a Amazônia e suas riquezas naturais para o povo brasileiro.

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