Em uma ação coordenada para combater a mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), as Forças Armadas do Brasil realizaram a Operação Catrimani II, que incluiu a destruição de aeródromos clandestinos utilizados por garimpeiros. Entre a noite de 16 de dezembro e a tarde de 17 de dezembro, foram inutilizadas as pistas Couto Magalhães e Valmor, localizadas na região conhecida como garimpo do Rangel. Essas ações visam reduzir a capacidade logística das atividades de mineração ilegal na TIY.
O Exército Brasileiro em ação: Estratégias e táticas Implementadas
As tropas empregaram equipamentos especializados para o reconhecimento e monitoramento dos alvos, garantindo a continuidade das operações durante todo o período noturno. O uso de Equipamentos de Visão Noturna (EVN) foi fundamental, exigindo treinamento específico por parte dos militares. Apesar do acesso difícil, os soldados foram infiltrados por helicópteros utilizando a técnica de Fast Rope (descida rápida por cordas), que não requer o pouso da aeronave. Foram utilizados os helicópteros UH-15 “Super Cougar” da Marinha do Brasil e HM-4 “Jaguar” do Exército Brasileiro.
Localização dos aeródromos clandestinos:
Aeronaves utilizadas na operação
O UH-15 Super Cougar é um helicóptero multimissão empregado em tarefas como apoio a operações especiais, operações terrestres de caráter naval, evacuação aeromédica, busca e resgate, transporte aéreo logístico e combate a incêndios. Faz parte do programa H-XBR, estabelecido em 2008 pelo Ministério da Defesa do Brasil, que contempla a entrega de 50 helicópteros H225M para as três forças armadas: Marinha (UH-15/A Super Cougar), Exército (HM-4 Jaguar) e Força Aérea (H-36 Caracal).
Por sua vez, o HM-4 Jaguar é a designação do H225M no Exército Brasileiro. Este helicóptero de transporte tático pesado é projetado para missões de transporte de tropas, evacuação de vítimas e tarefas de busca e resgate em combate. É similar ao EC225 Super Puma civil e é o membro mais recente da família militar Super Puma de Airbus Helicopters.
Resultados da operação e compromisso do Exército Brasileiro
A Operação Catrimani II é uma ação conjunta entre órgãos de segurança pública, agências e as Forças Armadas, em coordenação com a Casa de Governo no Estado de Roraima. Seu objetivo é atuar de forma preventiva e repressiva contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais na TIY, em cumprimento à Portaria GM-MD N° 1.511, de 26 de março de 2024.
Nos últimos meses, as operações contra o garimpo ilegal na TIY destruíram 48 pistas de pouso clandestinas, tanto dentro quanto fora do território indígena. Essas ações visam interromper a logística do garimpo ilegal e coibir os crimes ambientais na região.
O Exército Brasileiro, junto com as demais forças, tem demonstrado um compromisso constante na proteção da TIY e de seus habitantes, realizando operações conjuntas para inutilizar a infraestrutura de suporte à atividade ilícita e fornecendo apoio logístico às atividades governamentais de emergência. A região, que abriga aproximadamente 27 mil indígenas, compreende uma área maior que Portugal e apresenta desafios significativos devido ao difícil acesso, ausência de estradas e escassez de rios navegáveis durante a seca.
As Forças Armadas atuam em articulação com agências e órgãos de segurança, bem como com a Casa de Governo, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, para fortalecer a proteção dos indígenas e garantir a preservação do meio ambiente na TIY.