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A oferta de uma recompensa milionária por Maduro escancara uma nova era de guerras por contrato, onde empresas privadas operam à margem da diplomacia

O ex-líder da Blackwater quer derrubar Nicolás Maduro por 100 milhões de dólares. Entenda o papel dos mercenários na crise venezuelana e os riscos dessa iniciativa

por Noel Budeguer
28/03/2025
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Eric Prince, o controverso fundador da Blackwater, voltou ao centro das atenções com uma proposta que parece saída diretamente dos anais da guerra híbrida contemporânea. O ex-militar, que já esteve envolvido em operações secretas e missões controversas ao redor do mundo, agora sugere um plano audacioso: oferecer uma recompensa de 100 milhões de dólares pela derrubada do governo de Nicolás Maduro. A declaração, feita publicamente nas redes sociais, reacende o debate sobre o papel dos mercenários nas disputas geopolíticas modernas e o impacto das ações privadas na soberania dos Estados.

A recompensa de 100 Milhões: um novo jogo de poder?

Desde 2020, os Estados Unidos já oferecem uma recompensa de 15 milhões de dólares pela captura de Maduro, o que tem atraído a atenção de diversos grupos com interesses políticos e financeiros na Venezuela. No entanto, Prince acredita que essa quantia é insuficiente para garantir o êxito de uma operação desse porte.

Em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), o ex-fundador da Blackwater desafiou abertamente o governo Biden e a vice-presidente Kamala Harris a aumentarem a recompensa para 100 milhões de dólares. Em suas palavras, “se realmente querem apoiar a liberdade e eleições legítimas na Venezuela, deveriam aumentar as recompensas para cada um destes criminosos já procurados”.

A proposta sugere que os valores poderiam ser pagos com ativos venezuelanos congelados nos bancos dos EUA, um montante bloqueado como parte das sanções impostas contra o regime chavista. Para Prince, essa seria a forma mais eficiente de utilizar o dinheiro do próprio regime contra ele mesmo.

O passado sombrio de prince e os fantasmas da Blackwater

Eric Prince não é um nome novo no mundo das operações militares privadas. Fundador da infame Blackwater, sua empresa de segurança se tornou um sinônimo de brutalidade e falta de transparência após os eventos de 2007 na Praça Nisour, no Iraque. Na ocasião, mercenários da Blackwater abriram fogo contra civis, matando 17 pessoas e ferindo outras 20. O massacre gerou indignação mundial e colocou em xeque o uso de militares privados em zonas de guerra.

Apesar das controvérsias, Prince seguiu expandindo sua influência no setor de segurança privada, vendendo a Blackwater (posteriormente rebatizada como “Academi”) e fundando novos empreendimentos, como a Frontier Services Group. Suas atividades incluem parcerias estratégicas com governos e grupos paramilitares na África e no Oriente Médio, muitas vezes operando no limite das normas internacionais.

A segurança de Maduro: Um obstáculo formidável

Apesar das ofertas de recompensa e das tentativas frustradas de derrubá-lo, Nicolás Maduro continua no poder, protegido por um dos aparatos de segurança mais sofisticados do mundo. Após a tentativa fracassada de invasão marítima em 2020, liderada pelo mercenário Jordan Goudreau e sua empresa Silvercorp, Maduro reforçou ainda mais sua segurança pessoal.

Sua proteção inclui um esquadrão de elite composto por militares venezuelanos leais e agentes estrangeiros, além de um sistema de contrainteligência que dificulta qualquer tentativa de aproximação. Relatórios apontam que Maduro se desloca constantemente entre locais secretos, utilizando bunkers e medidas avançadas de vigilância para evitar emboscadas.

Mercenários e a nova geopolítica dos conflitos

A proposta de Eric Prince não é um caso isolado. Pelo contrário, faz parte de uma tendência crescente de terceirização de conflitos, onde empresas privadas desempenham um papel cada vez mais relevante nos bastidores da política internacional. Grupos como o Wagner, que atuaram amplamente na Ucrânia, Síria e África, mostram como forças privadas podem influenciar governos e desestabilizar nações sem a necessidade de intervenções militares oficiais.

O próprio Prince já foi acusado de colaborar com o grupo Wagner na Líbia e de tentar minar missões da ONU para favorecer certos interesses políticos. Além disso, sua relação com figuras influentes, como Donald Trump e sua irmã Betsy DeVos (ex-secretária de Educação dos EUA), adiciona uma camada de complexidade às suas intenções e ao seu real poder de influência.

Venezuela e Maduro no tabuleiro global

A situação venezuelana continua sendo um dos principais pontos de tensão na América Latina. O governo de Maduro resiste apesar das sanções, do colapso econômico e das tentativas de desestabilização interna e externa. Enquanto isso, o papel de mercenários e empresas privadas no futuro do país permanece incerto.

Se a proposta de Eric Prince for levada a sério por atores influentes, um novo capítulo perigoso pode se desenrolar. O uso de forças privadas para derrubar governos não apenas ameaça a estabilidade da Venezuela, mas também cria precedentes preocupantes para o futuro das relações internacionais.

Diante desse cenário, resta saber até que ponto a Casa Branca e outros aliados internacionais estarão dispostos a apoiar iniciativas dessa natureza ou se continuarão apostando na via diplomática e econômica para tentar enfraquecer o regime de Maduro. O que é certo, no entanto, é que figuras como Prince continuarão a desempenhar um papel central no teatro de operações clandestinas que molda o mundo moderno.

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