Na última quarta-feira, 2 de abril, a Revista Sociedade Militar teve a honra de presenciar a apresentação oficial, pela Airbus, do Flexrotor — um drone VTOL (de decolagem e pouso vertical) — realizada no Ctex (Centro Tecnológico do Exército). Com apenas 25 quilos de peso total, o equipamento pode ser lançado em menos de 3 minutos, mesmo em ambientes hostis, como praias ou embarcações militares, chamando a atenção até dos especialistas mais exigentes.
Sua autonomia impressiona: são até 14 horas de voo contínuo, inclusive à noite. E o mais incrível? Ele pode ser montado e operado por apenas duas pessoas com 80 horas de treinamento.

Um novo conceito de drone tático que cabe em uma caminhonete, ideal para qualquer missão
Durante a apresentação, a Helibras — subsidiária da Airbus no Brasil — destacou a portabilidade como um dos grandes diferenciais do Flexrotor. O sistema completo pode ser transportado em veículos como uma caminhonete, exigindo apenas 3,7 x 3,7 metros de área para decolagem.
A simplicidade também é um ponto alto. Desde a montagem até a operação, tudo foi pensado para facilitar a vida dos operadores em campo. Segundo os técnicos da Airbus, o objetivo é permitir missões de vigilância, reconhecimento e apoio em tempo real, sem depender de grandes estruturas.
Missões militares, civis e até agrícolas: um drone da Airbus com uso dual

O Flexrotor não foi criado apenas para fins militares. Ele é um típico exemplo de tecnologia dual, capaz de atender tanto operações táticas do Exército e Marinha, quanto aplicações civis como:
- Monitoramento de plantações e áreas rurais
- Vigilância de fronteiras
- Missões de busca e salvamento
- Combate a incêndios e observação ambiental
A versatilidade é tamanha que o drone pode ser usado por empresas de segurança privada, governos estaduais e até fazendeiros com grandes propriedades.
Produzido no Brasil e com tecnologia nacional embarcada
Um dos pontos mais enfatizados durante o evento foi o compromisso da Helibras em manter a produção em território nacional. Com mais de 500 funcionários diretos e 3 mil indiretos, a empresa reforçou que já está apta a fabricar o Flexrotor no Brasil — desde que haja demanda.
Atualmente, cerca de 50% dos componentes dos helicópteros H225 e H125 já são produzidos com tecnologia brasileira. A ideia, segundo representantes da Airbus, é fortalecer ainda mais essa cadeia produtiva com o avanço dos sistemas não tripulados.

Autonomia, altitude e sensores de alto desempenho
Com capacidade para carregar até 8 quilos de payload, o Flexrotor pode ser equipado com sensores eletro-ópticos, câmeras térmicas e sistemas de inteligência de sinais. Seu teto operacional chega a 2.000 metros, com excelente estabilidade mesmo sob condições climáticas adversas.
Além disso, ele conta com retorno automático ao ponto de origem em caso de falha de comunicação — o que garante segurança em qualquer ambiente, inclusive durante tempestades ou em regiões de sombra de sinal.
Um novo capítulo para os drones táticos da Airbus no Brasil
Com tecnologia avançada, operação simplificada e potencial de aplicação em larga escala, o Flexrotor representa o ponto de virada para uma nova geração de sistemas não tripulados desenvolvidos e operados no Brasil.
A Helibras deixa claro: o futuro não é apenas vender, mas produzir, empregar e inovar no país. E com o Flexrotor, esse futuro já começou.