Poucos brasileiras tem conhecimento dessa história. Mas, o uso de motocicletas por militares das Forças Armadas Brasileiras já vem de muito tempo. Desde os campos da Itália até as atuais operações de escolta em território nacional, as motocicletas Harley-Davidson deixaram sua marca na história das Forças Armadas do Brasil. Utilizadas em missões durante a Segunda Guerra Mundial, essas máquinas tornaram-se símbolo de mobilidade, robustez e tradição militar.
A presença das Harley no contexto brasileiro começou com a Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada à Europa para lutar ao lado dos Aliados. O modelo empregado foi a WLA-42, a mesma motocicleta utilizada amplamente pelo Exército dos Estados Unidos. Com motor V-Twin de 750 cm³, a moto era equipada com bolsas laterais, pintura fosca e recursos adaptados às exigências do campo de batalha, como suporte para fuzil e pneus reforçados.

Essas motocicletas foram essenciais principalmente para a rápida comunicação entre unidades, patrulhamento de áreas de risco, transporte de mensagens e pequenos volumes. A agilidade característica das motocicletas permitia superar terrenos difíceis e compensava, em muitos casos, a limitação de veículos maiores em zonas de combate.
Estima-se que dezenas de unidades tenham sido utilizadas pelos brasileiros na campanha da Itália, porém apenas cerca de dez exemplares retornaram ao país após o conflito terminar. Hoje, são consideradas relíquias históricas, preservadas em museus militares e por colecionadores.
Atividades de escolta e representação no Exército
No pós-guerra, o desempenho das Harley-Davidson WLA reforçou a confiança do Exército Brasileiro nesse tipo de veículo. A partir daí, a marca passou a ser incorporada às atividades de escolta e representação oficial. O modelo Road King Police, fabricado nos Estados Unidos, tornou-se o principal utilizado em cerimônias e missões de segurança de autoridades.
Reconhecida por sua estabilidade, potência e presença imponente, a Road King é hoje parte da frota cerimonial de elite do Exército, com 193 unidades em operação. Mas, os próprios militares acreditam que a motocicleta é a escolhida do Exército para ser usada nas representações por causa do seu porte e extraordinária beleza, carregando em si a imagem de força e autoridade, o que é reforçado por aparecer em eventos onde estão presentes destacadas personalidades da república.
Alguns oficiais generais, como o general de Exército Eduardo Ramos, destacam seu amor pelo motociclismo. Ramos foi visto algumas vezes em sua motocicleta Harley Davidson circulando por Brasília.

Além da Harley-Davidson, outras marcas como Honda e Yamaha também compõem o parque de motocicletas das Forças Armadas, sendo empregadas em atividades operacionais e administrativas de menor visibilidade institucional. Contudo, para missões de alto padrão, especialmente escoltas e eventos oficiais, a Harley permanece, como acima colocado, como escolha preferencial.
A história da Harley-Davidson nas fileiras do Exército Brasileiro, que começou nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial, mas permanece viva até hoje. Sua presença não se limita ao passado glorioso: é também parte do presente operacional e da imagem institucional das Forças Armadas. Uma motocicleta que, além de meio de transporte, tornou-se símbolo de prontidão, tradição e eficiência militar.