A preparação física é um dos pilares essenciais para quem deseja ingressar na carreira militar no Brasil, seja por meio de concurso público ou pelo serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. De acordo com o tenente Thiago Henrique, é fundamental que candidatos e militares em formação adotem uma rotina de treinos voltada para os testes físicos exigidos nos processos seletivos, como o TAF (Teste de Aptidão Física), e também para os desafios constantes da rotina militar.

Para quem ainda não é militar, o foco inicial deve ser a aprovação no TAF. A maioria dos concursos militares exige corrida de 12 minutos, barra fixa, flexão de braço, abdominal e, em alguns casos, salto em distância. Portanto, o treinamento deve ser direcionado especificamente para esses exercícios, garantindo que o corpo esteja adaptado à intensidade e às cobranças físicas envolvidas.

No entanto, um erro comum entre os candidatos é praticar esportes de alto impacto ou contato nas semanas que antecedem o teste. Atividades como futebol e artes marciais, incluindo o jiu-jitsu, aumentam significativamente o risco de lesões musculares e articulares. Casos de candidatos que perderam a vaga por conta de contusões no joelho, ombro ou punho são frequentes. Por esse motivo, é altamente recomendado evitar essas práticas nos dias que antecedem o TAF, a fim de proteger a integridade física e manter a performance.

Rotina de treinos e acompanhamento profissional cobrados no TAF durante a formação militar

Além do foco nos exercícios cobrados no TAF, é indispensável incorporar ao plano de treino atividades de fortalecimento muscular, principalmente nas regiões mais exigidas durante a formação das forças armadas, como ombros, costas, lombar, core e pernas. Durante os cursos de formação militar, o corpo será submetido a marchas longas com carga, pistas de obstáculos, exercícios funcionais e corridas de alta intensidade. Tudo isso exige uma musculatura preparada, estável e resistente.

O próprio tenente Thiago compartilha sua experiência: durante uma pista de obstáculos, sofreu uma lesão grave na lombar que o deixou por um período sem mobilidade, usando cadeira de rodas e afastado das funções. Esse relato reforça a importância do fortalecimento da região central do corpo e dos músculos de sustentação, prevenindo ocorrências similares.

Para garantir uma preparação eficiente e segura nas forças armadas, é indicado seguir um programa de treinamento elaborado por um profissional da área de educação física. A alternância entre dias de força, resistência e recuperação evita sobrecarga muscular e aumenta os ganhos de desempenho. Embora exercícios com peso corporal, como barra fixa, flexão e abdominal, sejam fundamentais, é igualmente necessário realizar treinos com pesos adicionais em academia ou em estilo funcional (como o CrossFit), para desenvolver força e resistência muscular de forma mais abrangente.

A importância do fortalecimento além da corrida com atividades voltadas ao ganho de força e potência muscular

No Brasil, ainda há uma forte cultura de priorizar a corrida no treinamento físico das forças armadas. Embora a resistência aeróbica seja fundamental, esse modelo de preparo precisa ser complementado com atividades voltadas ao ganho de força e potência muscular. Um exemplo frequentemente citado é a comparação entre o perfil físico de soldados americanos e brasileiros: enquanto os primeiros costumam apresentar maior desenvolvimento muscular, os soldados brasileiros tendem a se destacar mais pela resistência e leveza corporal.

Essa diferença revela que o ideal é buscar equilíbrio. O militar deve estar apto tanto para realizar longas corridas quanto para carregar mochilas pesadas, enfrentar terrenos desafiadores e suportar longos períodos de esforço físico sob estresse. Por isso, a diversificação do treino, com integração de treinos aeróbicos e anaeróbicos, torna-se fundamental.

Treinamentos que combinam corrida, tiros de velocidade, levantamento de peso e circuitos de força aumentam o desempenho funcional e reduzem o risco de lesões por esforço repetitivo. Com o corpo mais forte e preparado, o militar consegue cumprir suas tarefas com mais segurança e eficiência.

Manutenção do preparo físico: o diferencial para uma carreira duradoura e eficiente nas Forças Armadas

A preparação física não deve se limitar ao pré-concurso. Segundo o tenente Thiago Henrique, o condicionamento deve ser mantido durante toda a carreira, inclusive em formações, treinamentos operacionais e cursos de especialização. As demandas físicas aumentam ao longo do tempo, exigindo que o militar continue desenvolvendo força, resistência, agilidade e mobilidade.

Durante a trajetória militar, o corpo será desafiado em marchas, corridas com equipamentos, transposição de obstáculos e atividades em diferentes ambientes. Por isso, manter uma rotina de fortalecimento muscular contínua é essencial. Treinar apenas com foco em estética não é suficiente, o corpo do militar precisa funcionar de maneira integrada, com desempenho eficiente e capacidade de resposta rápida em qualquer situação.

Adotar um plano estratégico de treinos, evitar práticas arriscadas e buscar orientação profissional são atitudes que diferenciam os candidatos bem preparados. Além disso, a constância e o foco na performance funcional são elementos decisivos para quem almeja longevidade e sucesso na carreira militar.

Preparação física estratégica: o caminho seguro para o sucesso nas Forças Armadas

Investir em um treinamento físico adequado, com foco nos exercícios exigidos no TAF e nas demandas da vida militar, é uma etapa essencial para quem pretende entrar nas Forças Armadas e se destacar. Evitar esportes de contato nos períodos críticos, fortalecer as regiões-chave do corpo e seguir um plano de treino estruturado com acompanhamento técnico pode ser o diferencial entre a aprovação e a eliminação, ou entre uma carreira sólida e lesões recorrentes.

Com disciplina, planejamento e preparo físico completo, cada candidato pode alcançar seus objetivos com mais segurança e estar pronto para enfrentar os desafios reais da rotina nas Forças Armadas, seja no Exército, na Marinha ou na Força Aérea Brasileira.