Como noticiado pelo portal de notícias aero-militares Aeroin, no dia 21 de janeiro, um Boeing “rastreador nuclear” da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) chegou na costa brasileira sem ter combinado com os controladores que fiscalizam o espaço aéreo brasileiro.
A razão maior da estranheza de se ter um Boeing americano rondando nosso espaço aéreo sem qualquer comunicado prévio aos responsáveis brasileiros, é a atitude demonstrada por quem pilotava o avião, uma vez que se trata de representante de um país parceiro do Brasil.
O que aconteceu?
A aeronave voava a mais de 12 milhas náuticas da costa brasileira, um Boeing WC-135R que estava, portanto, fora do espaço territorial do Brasil. Este espaço, no entanto, ainda é controlado pelo Brasil através da FIR Recife, que é a Região de Informação de Voo, servindo para organização e separação de aeronaves, como mostra a imagem abaixo disponibilizada pela FAB:
Qual deveria ser o procedimento da aeronave americana?
Para ajudar na coordenação de tráfego, a aeronave americana deveria ter entrado em contato com o Centro Recife, que fica situado no CINDACTA III, ainda que a comunicação com os controladores do espaço aéreo brasileiro não fosse uma obrigação a fazê-la, por tratar-se de uma missão militar em águas internacionais. No entanto, a não comunicação, deixando os brasileiros sem resposta, soou como se fizessem pouco caso por quem tem o dever de cuidar da soberania aérea do país.
Veja abaixo a transcrição do áudio:
Como foi feita a comunicação
— “Aeronave com código transponder 1400, nível de voo 305, que está a 114 milhas náuticas ao leste do VOR de Fortaleza, se estiver recebendo esta mensagem contate Centro Recife na frequência 135.25 ou 125.15”, diz o controlador brasileiro no primeiro momento.
Sem resposta num primeiro momento, a comunicação depois foi respondida:
— “Estamos conduzindo operações no espaço aéreo internacional. Somos uma aeronave militar dos Estados Unidos, eu estou conduzindo missões rotineiras”.
Ao que retruca o controlador brasileiro:
— “Entendo que você está conduzindo missões rotineiras no espaço aéreo internacional, você confirma? Você está em espaço aéreo brasileiro, você confirma que recebeu as informações?”
Ficando sem nenhuma resposta.