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General de 4 estrelas na ativa questiona se alguns militares estão realmente servindo às Forças Armadas e ao Brasil.

por Sociedade Militar
17/05/2023
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General de 4 estrelas condena a desinformação e questiona se alguns militares estão realmente servindo às Forças Armadas e ao Brasil.

Trechos do processo judicial que tramita em Brasília, onde já foram condenados em primeira instância dois militantes de direita que participaram da implantação de explosivos em um caminhão tanque, revelam que os militantes mais radicais aguardavam um suposto chamamento do Exército Brasileiro para que pegassem em armas para, na sua visão, impedir a implantação de um regime comunista no país. 

Trecho de processo judicial tramitando na justiça do Distrito Federal

Durante as manifestações e nos acampamentos que aconteciam em frente aos quartéis era frequente que um militante ou outro assumisse um microfone é trouxesse supostos recados vindo de dentro dos quartéis, o que fazia com que os militantes permanecessem em alerta e com que muitos de fato acreditassem que nas próximas horas o Brasil poderia entrar em um regime de exceção.

Muita gente desconfia se de fato haveria membros das Forças Armadas usando o seu status de militar para disseminar desinformação com o objetivo de criar instabilidade no país. Em uma postagem feita no blog do próprio Exército Brasileiro, para a qual retornamos neste momento, o general Richard Nunes, atual chefe do departamento de Educação e Cultura do Exército, membro do Alto Comando da força terrestre, explanou sobre a falta de ética, especialistas de ocasião e desinformação generalizada.

No texto denominado O Mundo PSIC e a Ética Militar, já abordado anteriormente aqui na Revista Sociedade Militar, o oficial general fez uma crítica muito pesada e direcionada para os militares que “têm contribuído para disseminar a desinformação, a relativização de valores e, consequentemente, a desunião que enfraquece o espírito de corpo”.

Em certo momento Richard faz uma colocação extremamente importante e que traz questionamentos sobre a lealdade de alguns militares das Forças Armadas, o enfraquecimento do espírito de corpo e até se está havendo ou haverá algum tipo de investigação interna sobre o comportamento do pessoal militar nos últimos meses.  O general questiona se aqueles que divulgaram inverdades realmente servem aos interesses do Brasil: “a que interesses servem tais pessoas“, perguntou.

O oficial general criticou a disseminação precipitada de “análises simplórias de “especialistas” de ocasião” diz ainda que um “militar que se preza não se permite essa falta de cuidado e de lealdade para com a instituição a que serve.”
.
Richard fez uma crítica ao comportamento de uma grande quantidade de civis e militares, porém, não abordou algumas questões cruciais relacionadas às instituições em um momento crucial vivido pelo país. Ele não mencionou a demora do Exército em esclarecer de forma inequívoca para a sociedade civil que não haveria nenhuma possibilidade de participar de qualquer ação para anular as eleições ou manter Bolsonaro no poder. Essa demora permitiu que milhares de pessoas permanecessem nas portas dos quartéis dispostas a apoiar a interrupção da democracia no país.

Além disso, ele não abordou as declarações e ações do comando do Exército e do Ministério da Defesa em relação às urnas eletrônicas, que ocorreram no final de 2022. As declarações foram consideradas ambíguas e permitiram diferentes interpretações, algumas das quais indicavam o apoio das instituições aos atos ocorridos em frente aos quartéis em todo o país.

Robson Augusto –  Revista Sociedade Militar 

Leia o texto publicado inicialmente no Eblog
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O Mundo PSIC e a Ética Militar – Em abril do ano passado, em artigo publicado neste blogi, provoquei o pensamento crítico dos leitores com a cunhagem do acrônimo PSIC, para caracterizar o ambiente informacional da atualidade.

Decorridos dez meses, retorno ao tema, por constatar que a precipitação, a superficialidade, o imediatismo e a conturbação atingiram patamares consideráveis, devido ao comportamento de muitos civis e militares, quando o assunto abordado é o papel desempenhado pelas forças armadas no cenário nacional.

Tratando especificamente do Exército Brasileiro, cabe relembrar que sua História, cuja gênese remonta às Batalhas dos Guararapes, confunde-se com a própria evolução histórica do País. A atuação da Força Terrestre é ampla e abrangente, cobrindo nosso território de dimensões continentais com o braço forte e a mão amiga, o que exige tomada de decisões desde os níveis político e estratégico aos ambientes operacional e tático. A cada um desses níveis correspondem especificidades no que tange ao estudo de situação e à liderança. É bem sabido que não há solução tática capaz de corrigir uma formulação estratégica inadequada. E é indispensável destacar que só se chega aos mais altos postos percorrendo-se todos os graus hierárquicos, após décadas de dedicação à carreira das armas. Ninguém ingressa no Exército como general!

Essa óbvia constatação é importante para que se compreenda o contexto ético-profissional que distingue a carreira militar. Hierarquia e disciplina, bases institucionais constantes em nossa Lei Magna, representam a própria essência da força armada. São conceitos que traduzem o exato cumprimento do dever e o respeito à cadeia de comando, composta por autoridades, em todos os escalões da estrutura da Força, que alcançam determinada posição, tendo experimentado as vicissitudes de seus subordinados.

Esse arcabouço ético também é composto pelos valores indispensáveis a quem se dispõe a seguir a vida militar: patriotismo, coragem, lealdade, camaradagem, espírito de corpo, fé na missão, entre outros. Esses valores, ainda que universais, podem manifestar-se de modo distinto, conforme o nível de atuação considerado. A coragem esperada de um comandante tático, por exemplo, não se expressa da mesma forma que a de um líder no nível estratégico. Semelhante na essência, distingue-se na demonstração. Se do primeiro se requer o acatamento imediato da ordem recebida para conduzir seus subordinados ao cumprimento da missão; do outro se espera firmeza na defesa de princípios e valores, de tal forma que, por vezes, dizer “não” pressupõe muito mais coragem do que alinhar-se a eventuais pressões de caráter político.

E o que o Mundo PSIC tem a ver com isso? Tudo! Pois é exatamente na dimensão informacional que temos assistido a condutas em desacordo com a ética militar por parte daqueles que, por indignação, ingenuidade, desconhecimento e, até mesmo, má-fé, têm contribuído para disseminar a desinformação, a relativização de valores e, consequentemente, a desunião que enfraquece o espírito de corpo. Fica a pergunta: a que interesses servem tais pessoas?

Analisando-se o que têm expressado, via de regra em mídias sociais e aplicativos de mensagens, que adicionaram a comodidade do anonimato a esse tipo de atitude, facilmente se identificam as componentes PSIC.

A precipitação é marca típica desse ambiente repleto de meias-verdades e fake news, onde se disparam e replicam mensagens sem a menor preocupação com a veracidade dos fatos e a idoneidade das fontes. Toma-se como verdade, de modo absolutamente irresponsável, conteúdos com juízos de valor destinados ao ataque a reputações e à crítica a decisões dos escalões superiores. Iniciado o processo, que é realimentado por “gatilhadas” digitais, o que se produz é uma verdadeira marcha da insensatez. A um militar que se preza não se permite essa falta de cuidado e de lealdade para com a instituição a que serve.

A superficialidade é outro aspecto dissonante do comportamento ético. A atividade militar é, por natureza, grave e complexa. Em tempos de paz ou de conflito armado, lida-se com o poder dissuasório da Nação. Soluções simples para problemas complexos não são a regra. Tratar o emprego do Exército com base em análises simplórias de “especialistas” de ocasião, é o caminho mais seguro para se chegar a concepções inoportunas, parciais e ineficazes, o que é inadmissível por quem quer que tenha um mínimo de seriedade no processo de tomada de decisão. Quando um militar extrapola a esfera de suas atribuições, e passa a opinar publicamente sobre o que não é de sua competência, contribui para o descrédito na cadeia de comando e no cumprimento da missão.

O imediatismo, por princípio, não se coaduna com o caráter permanente atribuído às forças armadas no texto constitucional. A relação custo-benefício de se trocar ganhos imediatos por duradouros resultados positivos costuma caracterizar vitória de Pirro. Os preceitos da ética militar indicam claramente que não se pode prejudicar a reputação e a credibilidade do Exército, conquistadas em séculos de História, por conta do oportunismo de uns e do jogo de interesses de outros, algo que tem sido observado em inúmeras postagens veiculadas em tempos recentes.

A conturbação talvez seja o aspecto mais danoso do Mundo PSIC. A excessiva polarização da sociedade e a atuação dos extremos do espectro ideológico no ambiente informacional têm gerado visões radicais, resultando num círculo vicioso de intolerância e de absoluta ausência de diálogo. Essa situação é inaceitável aos membros de uma instituição apartidária, que se orgulha de oferecer oportunidades a todos os brasileiros, sem distinção de classe social, raça, gênero e credo. O inconformismo com a tradicional postura legalista e de neutralidade do Exército tem dado ensejo a insultos a camaradas de longa data, ataques a reputações típicos de regimes totalitários, “vazamentos” de supostas informações, divulgação de memes difamatórios, tudo para tentar atingir a coesão da Força, em flagrante traição ao sacrossanto respeito à hierarquia e à disciplina.

Sendo os recursos humanos a força da nossa Força, é imperioso reafirmar diuturnamente a essencialidade da prática e do culto aos princípios e valores característicos da profissão militar para o aprimoramento da capacidade operacional necessária ao cumprimento de suas diversas missões.

________________________________

i. O Mundo em Acrônimos e a Comunicação Estratégica do Exército, disponível em https://eblog.eb.mil.br/index.php/menu-easyblog/o-mundo-em-acronimos-e-a-comunicacao-estrategica-do-exercito.html#:~:text=A%20prop%C3%B3sito%20do%20uso%20deste,disponibilizado%20na%20Era%20do%20Conhecimento

https://eblog.eb.mil.br/index.php/menu-easyblog/o-mundo-psic-e-a-etica-militar.html

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