O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, na manhã deste sábado (16), em Havana, o modelo de negócios das grandes empresas multinacionais de tecnologia. A declaração foi dada durante Cúpula do G77 + China, na capital cubana.
Este ano, sob a presidência de Cuba, o encontro do G77 + China discute o tema Desafios Atuais do Desenvolvimento: Papel da Ciência, Tecnologia e Inovação. O grupo, criado em 1964 com 77 países-membros, foi ampliado e atualmente é composto por 134 nações em desenvolvimento do Sul global pertencentes à Ásia, África e América Latina. A união do bloco com a China ocorreu nos anos 1990.
Lula abriu o discurso condenando o isolamento imposto a Cuba por outras nações. “Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo“, disse o presidente.
Esta é a primeira viagem oficial de um mandatário brasileiro ao país caribenho em nove anos. A última foi em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na capital cubana.
O “EMBARGO INTERNO” DOS GENERAIS CUBANOS
Quando a União Soviética ruiu e Cuba perdeu sua principal fornecedora de equipamentos bélicos e apoio técnico, as Forças Armadas foram obrigadas a fazer mudanças drásticas. O número de soldados, que tinha atingido seu máximo com 300 mil membros ativos no início da década de 1960, atualmente está em 50 mil.
Segundo o site Global Fire, publicação especializada em temas bélicos – amiúde citado pela Revista Sociedade militar – Cuba é o 66º país na classificação total de 145 nações – entre o Catar e a Eslováquia – levando-se em conta o poder de fogo disponível atualmente.
Publicação do Jornal Estado de São Paulo informa que pelo menos 60% das indústrias e negócios estatais são controlados pelas Forças Armadas cubanas.
O futuro de Cuba está diretamente ligado aos militares do país. Atualmente as Forças Armadas Revolucionárias são o pilar do governo comunista, com enorme presença em setores estratégicos da economia e forte influência política dentro da estrutura de poder da ilha.
Segundo Jaime Suchlicki, diretor do Instituto de Estudos Cubanos da Universidade de Miami, 60% das indústrias e negócios do país são gerenciados pelos militares. Se você for fazer qualquer investimento em Cuba, tem de lidar com os militares, disse Suchlicki.
O EXÉRCITO CUBANO E SUA REVISTA “VERDE OLIVO”
As FARC (Fuerzas Armadas Revolucionárias de Cuba) tem uma publicação periódica chamada “Verde Olivo”. Segundo informações coletadas na internet, Verde Olivo é a revista oficial das Forças Armadas Revolucionárias.
Foi o primeiro meio de comunicação criado pelo novo governo revolucionário ao chegar ao poder. Em suas páginas foram publicados artigos de pessoas como Ernesto Che Guevara, que afirmava que Verde Olivo era “um Corpo de Exército ideológico”.
Curioso é que o Exército Brasileiro também tem um periódico coincidentemente batizado de “Verde Oliva”. Segundo o site do Exército, a Revista Verde-Oliva “caracteriza-se como uma revista cultural e informativa, que mantém, pela publicação de notícias e artigos, o público em geral informado sobre a atuação do Exército Brasileiro.
Foi criada em 23 de maio de 1973, na forma de tabloide, com o nome de “O Verde-Oliva” e era editada pelo Centro de Relações Públicas do Exército. A partir de 1976, competiu à Assessoria de Relações Públicas, precursora do CCOMSEx, a responsabilidade de publicar e divulgar o informativo.