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Antecedentes do atual Serviço de Inteligência Israelense: Mossad, Shin Bet e Aman: Texto de colaborador

... A gênese do atual serviço de informações israelense ocorreu durante a existência da Haganah

por Sociedade Militar
03/12/2023
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Excetuando-se as conhecidas passagens bíblicas, que já denotavam a vocação do “povo eleito” na arte em epígrafe, e atendo-se a fatos mais recentes, a gênese do atual serviço de informações israelense ocorreu durante a existência da Haganah, um exército ilegal e clandestino que atuava furtivamente na Palestina, com a missão de defender os assentamentos judaicos instalados na região dos profusos ataques árabes.

Criado por David Ben-Gurion em 1936, com o intuito principal de contribuir para a emigração dos judeus residentes na Europa para a Terra Santa, fruto do antissemitismo crescente, o Serviço de Informações e de Ação (SIA) da Haganah englobava dois apêndices, um materializado na pouco conhecida Aliyah Bet (ha-Mossad le Aliyah Bet), a qual se dividia em três células independentes e harmônicas, todas com atuação no cenário europeu: a Hapala, com sede em Paris; o Bricha, com atuação na Alemanha; e o Rekhech, este voltado a fazer chegar armas secretamente à Palestina, fornecendo capacidade bélica à Haganah; e o outro, o icônico Shai (Sherut Yediot), um ramo que atuava em prol das operações de inteligência e contraespionagem levadas a cabo pela Haganah na Palestina, responsável pelos primeiros requintes de planejamento observáveis, como o estudo minucioso da personalidade dos oponentes, com destaque aos ingleses e árabes, onde suas fraquezas eram identificadas precisamente. Foram anos de muito aprendizado.

Há que se destacar, assim, que a atuação do SIA, seja externa ou internamente, concedeu um enorme ganho operacional em termos de instalação de redes de informações, formação de canais de evasão, refinamento no processo de criação de esconderijos (os “slicks”), otimização da rotina da prática do contrabando, e os primeiros passos na arte da vigilância e da comunicação sigilosa. No que concerne à atuação externa em solo europeu, a grande dificuldade imposta às operações foi a insuficiência de colaboradores confiáveis, necessidade que foi solucionada, a posteriori, com o advento de uma rede colaborativa de judeus disseminada pelo mundo, os chamados Sayanim.

Com o advento da turbulenta década de 1930, e as consequências nefastas sofridas pelos judeus (sobretudo na Europa), alguns combatentes desprezaram a então moderação praticada pela Haganah (chamada de Havlagah) e criaram a organização paramilitar sionista intitulada como Irgum (Irgum Zvai Leumi), uma fração composta por homens intolerantes ao conteúdo do Livro Branco britânico, especializados na guerrilha urbana e no terrorismo, sempre evocando a Lei de Talião; um respaldo jurídico-moral às futuras eliminações seletivas dissuasórias. A fim de tornar as suas operações bem sucedidas, os irgunistas notabilizaram-se em técnicas operacionais de grande valor à atividade de inteligência, como a memorização de mapas, o uso de casas de segurança e práticas de contravigilância, entre outras.

Após o final da Segunda Guerra Mundial (SGM), e a necessidade visceral judaica em fazer justiça diante das atrocidades sofridas, foi criada uma célula da Haganah chamada Gmul (“recompensa” em hebraico), cuja missão era promover uma vingança aos oficiais então pertencentes à “Schutzstaffel”, também conhecida pela sigla “SS”, notórios sádicos que povoavam os piores pesadelos dos judeus. A fim de cumprir tal tarefa, os agentes desse grupo assimilaram grandes lições sobre o uso de disfarces, falsificação de documentos e técnicas de interrogatório, tudo com o objetivo de rastrear os passos de tais criminosos, independente do lugar. Os trabalhos do Gmul representaram um enorme avanço em métodos furtivos, céleres e eficientes, qualidades basilares na atividade de inteligência e investigação.

Dividida a Palestina, em 1947, e a mordaz retaliação árabe aos judeus, essa região se tornou uma “volemia ensandecida”. No intuito de neutralizar Ali Hassan Salameh, o principal opositor árabe naqueles dias, Ben-Gurion ordenou que fosse iniciada a primeira operação do Shai na qual se fundiram os meios eletrônicos (Sigint) e os meios humanos (Humint), chefiada pelo eminente Isser Harel, também chamado de “Pequeno Isser”, uma lenda na comunidade de informações israelense e responsável, em um futuro próximo, pela operação de captura e exfiltração de Adolf Eichmann da Argentina, na década de 1960. Apesar do fracasso de tal empreitada em relação a Salameh, ensinamentos de grande valor acerca do uso de derivações e uso de grampos foram assimilados nessa oportunidade, tornando a tecnologia uma capacidade deveras valorizada nas operações silenciosas.

Missões de grande valia foram colocadas em prática pelas frações pertencentes à Palmach (unidade de ação direta da Haganah). A primeira chamava-se Palyam, vocacionada às operações navais; e a outra, o Pelotão Árabe, cujos membros operavam sob o disfarce de árabes e atuavam no interior das linhas inimigas. Foram missões de grande retorno à atividade de inteligência, sobretudo no que concerne à evolução das táticas de comandos e assimilação profunda dos costumes da cultura árabe e do islamismo, tornando-os peritos nas vestimentas, costumes, trejeitos e linguagem árabe, assim como a valorização do uso do suborno, conhecimentos de enorme monta ao futuro serviço de informações do Estado de Israel.

Em 1948, com a criação oficial do Estado de Israel, Ben-Gurion determinou que um sistema de inteligência moderno, adequado à estatura de uma nação judaica, imersa em um mundo beligerante, deveria ser criado. Indo ao encontro desse objetivo, as capacidades remanescentes de todas as frações supracitadas foram fundidas, originando-se em 1951 o “Instituto de Inteligência e Operações Especiais”, laconicamente chamado de Mossad, uma estrutura altamente eficaz e imprescindível à defesa do Estado de Israel, responsável por inúmeras missões (segurança externa) que lhe concederam um enorme prestígio, como a notória obtenção do discurso secreto de Nikita Khrushchov, sucesso que trouxe ao holofote mundial as façanhas insidiosas e altamente eficazes dos “Príncipes das Sombras”.

Por fim, há que se destacar a presença da tríade de segurança israelense no atual modelo de inteligência estatal, formada pelo já mencionado e pioneiro Mossad; pelo Shin Bet, outro ramo da atual atividade em Israel, vocacionado à contrainteligência (segurança interna); e pela Aman, a inteligência militar. Vale dizer, que todos são harmônicos e regidos pela batuta centralizadora do primeiro ministro de Israel, o chamado Memuneh, burocrata que exige, de todos os agentes, uma entrega total de seus talentos pessoais mais valiosos, assim como a permanente dedicação e coragem à defesa da nação judaica.

Revista Sociedade Militar — Autor: Cel R/1 EB QEMA Ernani Humberto Teixeira de Paula Filho /  Referências bibliográficas: -The Mossad: The History and Legacy of Israel’s National Intelligence Agency (Charles River) // -As Marcas da Decepção (Victor Ostrovsky e Claire Hoy) // -A Casa da Rua Garibaldi (Isser Harel)

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