O general Ricardo Augusto Costa Neves, comandante militar do Norte, rechaça qualquer crítica ao desempenho do Exército na Terra Indígena Yanomami. Apesar das crescentes denúncias de insegurança e da crise humanitária na região, o general defende a atuação das Forças Armadas e anuncia o aumento de 10% no efetivo militar na fronteira amazônica.
“Os últimos acontecimentos ao norte, nos nossos vizinhos, simplesmente anteciparam algumas ações que já tínhamos previstas”, afirma Costa Neves, referindo-se à disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo e à crise humanitária Yanomami.
Para reforçar a segurança na região, o Exército criará dois pelotões especiais de fronteira na Terra Indígena Yanomami e instalará duas bases avançadas permanentemente nos rios Uraricoera e Mucajaí. As bases servirão de apoio logístico aos órgãos ambientais, indígenas e de saúde, além de reprimir atividades ilegais em uma zona de 150 km a partir da fronteira.
Críticas e números
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Clique aqui para seguirO general Costa Neves nega qualquer falha na atuação do Exército na região Yanomami. Ele destaca que o número de garimpos na região diminuiu 80%, assim como os voos ilícitos (90%). Segundo ele, 80 barcaças de dragagem foram explodidas, 22 aviões apreendidos ou destruídos, 36 mil cestas básicas distribuídas, 206 pacientes indígenas evacuados por via aérea e 165 suspeitos de crimes ambientais presos.
“O ano passado, em toda a operação emergencial, foi o maior esforço aéreo da história da Força Aérea Brasileira. Será que isso é pouco comprometimento?”, questiona o general.
Reforço militar e reestruturação da Guiana
O aumento do efetivo militar na Amazônia faz parte de um plano estratégico do Exército, que inclui a criação de um novo regimento em Roraima e a modernização do equipamento militar.
As medidas visam conter o garimpo ilegal, o tráfico de drogas e outras atividades ilegais na região, além de responder à crescente tensão entre Venezuela e Guiana pela área de Essequibo.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou a reestruturação das Forças de Defesa do país, com foco em tecnologia, novos equipamentos e colaboração com países aliados.
Contexto regional
A disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo, rica em petróleo, gera tensão na região. O regime de Maduro, na Venezuela, vem aumentando sua presença militar na fronteira, o que gera preocupação no governo guianense.
A crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, causada pelo garimpo ilegal e pela omissão do governo federal, também contribui para a instabilidade na região.