Desde a aposentadoria dos aviões Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) no final de fevereiro, o Brasil não possui aeronaves autorizadas para pousar na Antártica. A nova aeronave KC-390 Millennium, da Embraer, ainda não recebeu homologação para operar na pista de cascalho e gelo da Base Aérea Presidente Frei, no Chile, utilizada pela FAB para as missões no continente gelado. A informação é de Rodrigo Lopes, colunista do GZH.
Por décadas, os Hércules foram responsáveis pelo transporte de militares e pesquisadores do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) para a Estação Comandante Ferraz, operada pela Marinha. Sem a possibilidade de pousar na Base Frei, localizada próxima à estação brasileira, o transporte agora depende exclusivamente de navios da Marinha, que precisam cruzar a perigosa Passagem de Drake, um dos mares mais turbulentos do mundo.
Embora o KC-390 tenha realizado lançamentos de carga sobre a Estação Comandante Ferraz no ano passado, a aeronave ainda não está apta para pousar na pista da Base Frei. Os novos aviões da FAB só serão considerados operacionais para essa operação após testes e avaliações rigorosas.
A aposentadoria dos Hércules deixa um vácuo importante na logística brasileira na Antártica. A perda dessa capacidade aérea limita as operações e pesquisas no continente gelado, impactando diretamente o trabalho do Proantar.
Estamos buscando a marca de 10 mil seguidores no INSTAGRAM da Revista Sociedade Militar, clique abaixo para seguir
Clique aqui para seguirEm 29 de fevereiro, uma cerimônia na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, marcou o fim da era dos Hércules na FAB. A aeronave serviu ao país desde 1965, participando de diversas missões, como o transporte de tropas para o Haiti, apoio humanitário em países da América do Sul e nas buscas pelos aviões acidentados da Gol e da Air France.
O futuro do transporte brasileiro para a Antártica dependerá da homologação do KC-390 para pousar na Base Frei. Até lá, as viagens para a Estação Comandante Ferraz serão feitas por navio, enfrentando os desafios da Passagem de Drake. A retomada dos voos diretos para o continente gelado é crucial para garantir a continuidade das pesquisas e operações do Proantar.