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Brasil negocia compra de 12 helicópteros Black Hawk dos EUA por R$ 4,7 bilhões, mas motores desatualizados e falta de centro de manutenção geram desconfiança nas Forças Armadas

por Sérvulo Pimentel Publicado em 05/07/2024
Brasil negocia compra de 12 helicópteros Black Hawk dos EUA por R$ 4,7 bilhões, mas motores desatualizados e falta de centro de manutenção geram desconfiança nas Forças Armadas

O governo brasileiro está negociando a compra de 12 helicópteros Black Hawk dos Estados Unidos por um valor total de até US$ 950 milhões.

Apesar da modernização da frota ser um ponto positivo, a aquisição levanta preocupações, como a compra de motores já desatualizados, a falta de participação do Brasil no projeto e a ausência de um centro de manutenção no país.

Motores desatualizados e sem projeto nacional

Os helicópteros que o Brasil pretende comprar estão equipados com motores T700-GE-701D, que já estão programados para serem substituídos por modelos mais novos nos EUA.

Ou seja, o Brasil estará adquirindo tecnologia já em declínio, sem a oportunidade de participar do desenvolvimento de novos motores ou de gerar benefícios para a indústria nacional.

Falta de centro de manutenção no Brasil

Outro ponto preocupante é a falta de um centro de manutenção da Sikorsky, fabricante dos Black Hawk, no Brasil. Isso significa que a manutenção dos helicópteros precisará ser feita no exterior, o que pode dificultar e encarecer o processo.

Essa situação já gera incômodo nas Forças Armadas, segundo a Revista Asas, principalmente porque modelos da Sikorsky estão em serviço no país há décadas.

Compra sem offset

A compra dos Black Hawk também não inclui cláusulas de offset, que são acordos que exigem da empresa vencedora da licitação a transferência de tecnologia ou a realização de investimentos no país. Isso significa que a compra não gerará benefícios diretos para a indústria brasileira.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.