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F-35 sob suspeita: forças aéreas que o utilizam podem ter seus dados estratégicos compartilhados com os EUA. Será que essa vigilância compromete a soberania militar?

Forças aéreas em alerta: o F-35 pode transferir dados sensíveis para os EUA, levantando preocupações sobre privacidade e soberania militar. Como isso afeta as nações que o utilizam?

por Noel Budeguer
24/09/2024
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Em 2021, a Indonésia solicitou formalmente 48 caças F-35 aos Estados Unidos. Este acordo, que recebeu a aprovação do Departamento de Estado, está avaliado em cerca de 14 bilhões de dólares. O objetivo da Indonésia é claro: modernizar sua força aérea e aumentar sua prontidão militar com a incorporação dos F-35.

No entanto, o processo de aquisição ainda está em andamento, e o acordo final depende de financiamento e do cumprimento de determinadas condições. Em 2022, a Indonésia assinou um memorando de entendimento com a Lockheed Martin para iniciar os preparativos para a entrega das aeronaves. Espera-se que o primeiro lote desses caças chegue no início de 2026.

Apesar desses avanços, especialistas locais em Jacarta expressaram preocupações sobre a viabilidade do acordo, especialmente no que diz respeito à confidencialidade. Segundo a CNBC, o software do F-35 oferece ao Pentágono uma capacidade única de monitorar essas aeronaves, mesmo quando são operadas por outras nações, incluindo os aliados dos Estados Unidos.

Essa supervisão é possível graças aos sistemas de dados e suporte incorporados, especificamente através do Sistema Autônomo de Informação Logística (ALIS) e sua versão aprimorada, a Rede Integrada de Dados Operacionais (ODIN). Força Aérea

Os sistemas do F-35 coletam e transmitem dados em tempo real sobre operações, condição técnica e manutenção, criando um vínculo constante com centros de dados possivelmente localizados nos Estados Unidos. Essa conectividade permite ao Pentágono monitorar o estado da aeronave, os padrões de uso e qualquer problema ou necessidade de manutenção que surja.

Com uma supervisão tão extensa da gestão e das operações desses caças, alguns aliados dos EUA expressaram preocupações sobre sua capacidade de gerenciar os F-35 que adquirem. Existe o receio de que esse software permita aos Estados Unidos exercer influência sobre suas atividades militares ou até mesmo restringi-las.

Preocupações sobre a influência na força aérea da Indonésia

A Indonésia, por exemplo, manifestou preocupação com o F-35, especialmente com o Sistema Autônomo de Informação Logística (ALIS) e a nova Rede Integrada de Dados Operacionais (ODIN). Embora esses sistemas melhorem o compartilhamento de dados e agilizem a gestão operacional, também levantaram preocupações sobre a segurança nacional em Jacarta. Força Aérea

Autoridades alertaram que as capacidades de transmissão de dados em tempo real poderiam permitir que entidades estrangeiras, especialmente o exército dos EUA, tivessem acesso a informações sensíveis sobre as atividades e recursos de defesa da Indonésia.

O vice-ministro da Defesa, Sakti Wahyu Trenggono, destacou que essas questões estão sendo cuidadosamente estudadas à medida que a Indonésia avança em seus planos de aquisição do F-35. Embora o F-35 ofereça tecnologia de ponta e capacidades formidáveis de combate, os riscos potenciais do compartilhamento de dados podem influenciar os processos de tomada de decisão.

Enquanto o governo indonésio pondera as consequências da integração desse sistema em suas forças armadas, autoridades sublinharam sua dedicação em proteger os interesses nacionais.

A Indonésia não está sozinha nessas preocupações. O Japão também expressou temores sobre as capacidades de compartilhamento de dados do sistema ALIS, temendo que isso pudesse permitir aos Estados Unidos acessar informações sensíveis sobre suas operações militares. Desde 2020, o Japão tem sido especialmente cauteloso em relação à transmissão de dados tanto para os EUA quanto para a Lockheed Martin. Força Aérea

As autoridades sul-coreanas também ecoaram preocupações semelhantes, temendo que o sistema ALIS pudesse revelar detalhes operacionais aos EUA, comprometendo sua segurança nacional. A Austrália também destacou alguns inconvenientes no compartilhamento de dados no ALIS e suas possíveis repercussões na independência operacional.

Líderes militares australianos expressaram dúvidas sobre como manter a segurança de seus dados durante o uso do F-35.

Curiosamente, os Estados Unidos afirmaram que o ODIN, sucessor do ALIS, resolverá esses problemas. O general de brigada Eric Fick, oficial executivo do programa F-35, mencionou que a transição do ALIS para o ODIN visa abordar essas preocupações sobre a segurança dos dados, propondo que o ODIN melhorará a segurança dos dados e apoiará a eficiência operacional.

No entanto, essa resposta não satisfez a todos os especialistas que acompanham o programa. Dan Grazier, por exemplo, destacou que o ODIN poderia herdar muitas das vulnerabilidades de cibersegurança do ALIS, principalmente porque funcionará em um ambiente de nuvem.

O congressista John Garamendi também questionou se o ODIN não seria apenas uma mudança de marca do ALIS sem resolver os problemas fundamentais.

A segurança nacional diante da vigilância dos aliados

O que a Indonésia geralmente ignora é que o F-35 da Lockheed Martin não é o único capaz de monitorar o estado técnico de aeronaves em todo o mundo. A BAE Systems, Airbus e Leonardo realizam funções semelhantes para o Eurofighter Typhoon com seu Sistema de Supervisão Técnica. Da mesma forma, a Dassault utiliza o Sistema de Gestão da Saúde da Aeronave (AHMS) para o Rafale, a SAAB usa o Sistema de Monitoramento de Saúde e Uso (HUMS) para os Gripens, e a HAL indiana monitora os Tejas com seu Sistema de Monitoramento de Saúde.

Até a indústria aeronáutica chinesa utiliza um sistema de controle de saúde para seus aviões J-10 e JF-17.

O que preocupa a Indonésia não são as capacidades de software do F-35, mas suas implicações geopolíticas. A preocupação é que os dados sensíveis de amanhã possam cair nas mãos de um aliado que se torne adversário, uma nação que os Estados Unidos decidam apoiar.

Em essência, trata-se de até que ponto a segurança nacional continua sendo independente quando outra entidade possui um conhecimento detalhado de seus sistemas.

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