Israel realizou na madrugada de segunda-feira novos ataques contra sistemas de defesa aérea e depósitos de mísseis na região costeira de Tartus, na Síria. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), os bombardeios foram os mais intensos em mais de uma década, atingindo instalações críticas do país.
Relatos indicam que os alvos incluíram unidades de defesa aérea e depósitos de mísseis superfície-superfície. O correspondente da Al Jazeera, Resul Serdar, informou que explosões extremamente fortes foram registradas na área, levantando especulações de que os locais poderiam estar ligados à produção de armas químicas.
Além de Tartus, Israel também bombardeou posições estratégicas em torno da capital Damasco, especialmente na região da montanha Qasioun. Segundo as informações, radares e sistemas de defesa aérea foram atingidos, enfraquecendo ainda mais as capacidades militares sírias.
Nos últimos oito dias, após a destituição de Bashar al-Assad, Israel intensificou sua campanha militar na Síria, realizando cerca de 600 ataques aéreos com o objetivo de desmantelar as defesas aéreas do país e diminuir a eficácia das forças armadas sírias. Paralelamente, tropas israelenses avançaram na zona desmilitarizada nas Colinas de Golã, violando um acordo de armistício firmado em 1974.
Em meio ao colapso militar e político do regime anterior, Ahmed al-Sharaa, líder da nova administração síria, afirmou que o país não está em condições de entrar em um conflito direto devido à “exaustão generalizada”. Enquanto isso, a administração curda no nordeste do país pediu o fim imediato das operações militares para abrir espaço para um diálogo nacional construtivo.
Apesar da escalada dos ataques israelenses, o novo governo sírio tem buscado reconhecimento internacional. Turquia e Catar reabriram embaixadas em Damasco, enquanto contatos diplomáticos foram estabelecidos com Estados Unidos e Reino Unido. A União Europeia também iniciou uma reaproximação cautelosa, enviando representantes a Damasco para dialogar com as novas autoridades.
A chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou que os ministros do bloco discutirão em Bruxelas como e em que nível devem se engajar com a nova liderança síria. Ao mesmo tempo, delegações do Catar e da França chegaram ao país para encontros oficiais, reforçando sinais de uma possível reintegração da Síria na arena internacional.
Em meio às conversas diplomáticas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, anunciou que o país está coordenando o envio de ajuda humanitária para a Síria, incluindo trigo, farinha e óleo, como forma de apoio ao povo sírio durante a crise.
Com informações de: aljazeera