O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a acusar Donald Trump de conspirar contra sua vida e preparar uma invasão militar à costa venezuelana. Segundo Maduro, as alianças militares com Cuba e Nicarágua serão reforçadas para conter qualquer tentativa de intervenção estrangeira. A movimentação ocorre em meio a uma crescente tensão na região, enquanto o Brasil observa a crise com preocupação devido aos potenciais impactos humanitários e de segurança.
Plano de invasão e alianças militares
As recentes declarações de Maduro se baseiam em supostos relatos de um militar americano e de Jordan Goudreau, ex-integrante das forças especiais dos EUA, sobre planos de invasão anfíbia liderados por mercenários. Em resposta, o governo venezuelano tem fortalecido a cooperação militar com aliados históricos, como Cuba e Nicarágua.
Maduro também reafirmou o compromisso de preparar a população para resistir às ameaças externas. A Milícia Nacional Bolivariana, composta por civis e ex-militares, vem sendo treinada para defender a soberania do país.

Operação Gideon: o fantasma de 2020
Maduro frequentemente menciona a fracassada Operação Gideon, de 2020, como prova da interferência dos EUA na Venezuela. Liderada por Goudreau e organizada a partir da Colômbia, a ação tinha como objetivo capturar ou eliminar Maduro, mas terminou com mercenários mortos ou capturados.
Embora o governo americano negue envolvimento oficial, documentos apontam que o plano tinha conexões com a oposição liderada por Juan Guaidó. Maduro usa o episódio como exemplo de uma suposta estratégia histórica dos EUA para desestabilizar a América Latina.
Implicações regionais e o papel do Brasil
A escalada de tensões na Venezuela preocupa o Brasil, que pode enfrentar um aumento significativo no fluxo de refugiados pela fronteira. Estados como Roraima, já sobrecarregados pela imigração venezuelana, seriam diretamente afetados, agravando a crise humanitária e as tensões sociais.
O governo brasileiro precisará reforçar a segurança nas fronteiras para prevenir o contrabando de armas e a infiltração de combatentes. Paralelamente, o Brasil será pressionado a adotar uma postura diplomática que equilibre segurança regional e relações internacionais.
Instabilidade com reflexos globais
A crise na Venezuela representa um desafio não apenas para a América Latina, mas para todo o cenário global. Para Maduro, a “defesa legitima” contra as ameaças é inevitável, enquanto o Brasil precisa agir com estratégia e moderação para evitar um descontrole regional. A próxima jogada de Maduro, Trump e outros atores promete repercussões que vão muito além das fronteiras da Venezuela.