Na última quarta-feira, um avião militar francês do modelo Atlantic 2 foi alvo de um radar de guia de tiro da Rússia enquanto sobrevoava o Mar Báltico. A aeronave realizava uma missão de reconhecimento em águas internacionais, monitorando cerca de 200 embarcações em busca de atividades suspeitas, como possíveis ataques a cabos submarinos na região, prática associada à chamada “guerra híbrida” atribuída à Rússia.
De acordo com o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da França, coronel Guillaume Vernet, a “iluminação” do radar russo, termo militar que designa o ato de mirar um alvo, foi considerada uma ação agressiva. Apesar da gravidade do episódio, o comportamento profissional da tripulação francesa foi decisivo para evitar uma escalada no confronto.
O incidente ocorreu em meio à crescente tensão entre Rússia e países membros da OTAN, que reforçaram a vigilância no Mar Báltico após diversos ataques a infraestruturas submarinas. O especialista em defesa Xavier Tytelman classificou a ação russa como um “ato de guerra” que poderia ter levado à destruição da bateria de mísseis responsável pela ameaça.
O Atlantic 2, que havia decolado da Bretanha, França, cumpriu sua missão sem identificar embarcações suspeitas, mas o incidente expôs o aumento da hostilidade russa na região. O general Christopher Cavoli, comandante das forças da OTAN na Europa, destacou que incidentes como este são relativamente comuns, mas sua gravidade ultrapassa as fronteiras europeias.
A ação russa, embora não resulte em danos físicos, é interpretada como uma resposta hostil às iniciativas ocidentais. O equilíbrio diplomático foi mantido, mas a tensão permanece alta, reforçando o papel crucial da vigilância aérea na segurança do espaço internacional.
O Mar Báltico continua sendo palco de manobras estratégicas entre as forças da OTAN e a Rússia, refletindo a complexa dinâmica de poder na região. A França segue comprometida em proteger suas operações e manter a estabilidade na área.
Com informações de: corriere