As forças armadas da Ucrânia conseguiram destruir um importante sistema de radar russo, o 1L119 Nebo-SVU, na região de Kherson. O ataque, que representa um golpe estratégico às capacidades de defesa aérea russas na área, foi confirmado por várias fontes, incluindo o canal do Telegram “The Spy’s Dossier”.
O ataque ocorreu em 18 de janeiro, quando três veículos aéreos não tripulados da Ucrânia atacaram e destruíram o radar, que fazia parte da 90ª Brigada de Mísseis Antiaéreos do 49º Exército de Defesa Aérea [unidade militar 54821, Krai de Krasnodar]. Esse radar era considerado um elemento crítico na rede de defesa aérea russa, capaz de detectar e rastrear múltiplas ameaças aéreas.
As primeiras avaliações sugerem que o 1L119 Nebo-SVU sofreu danos irreparáveis, representando uma perda significativa para a infraestrutura de defesa aérea russa no sul da Ucrânia. Além do radar, o ataque também destruiu uma planta de energia a diesel de apoio, a “DES ED3x30-T400-1PA1M6”, essencial para o funcionamento do sistema.
Кацапська РЛС 1Л119 Небо-СВУ знищена на ТОТ Херсонської області, вартість 85 млн долярів. pic.twitter.com/uVBAm5GgO2
— Олексій (@ooleksij60) January 19, 2025
O Estado-Maior da Ucrânia confirmou o ataque em seu relatório de situação de 18 de janeiro, destacando a crescente eficácia das operações de drones ucranianos contra ativos militares russos de alto valor.
Este ataque bem-sucedido soma-se à lista crescente de sistemas de radar russos atacados durante o conflito em curso e é a segunda destruição relatada de um radar 1L119 Nebo-SVU. A primeira ocorreu em abril de 2023, indicando um esforço contínuo das forças da Ucrânia para neutralizar a infraestrutura crítica de defesa aérea da Rússia.
A destruição desses sistemas de radar avançados tem importantes implicações estratégicas. Esses radares são fundamentais para a rede integrada de defesa aérea da Rússia, e sua perda enfraquece a capacidade de detectar ameaças aéreas e mísseis ucranianos, conferindo à Ucrânia uma possível vantagem tática em operações futuras.
Вчера, 18.01.2025, была атакована радиолокационная станция 1Л119 «Небо-СВУ», на территории Херсонской области 90-й зенитной ракетной бригады 49-й ОА (в/ч 54821, Краснодарский край).
Атака совершена с применением трех ударных БПЛА.
РЛС восстановлению не подлежит. pic.twitter.com/tQp8Ek5X3f— Пан Пачковский (@Q0MT6pFmbVqynsM) January 19, 2025
O 1L119 Nebo-SVU é um sistema de radar russo de longo alcance, parte da família Nebo, projetado principalmente para a detecção de ameaças aéreas, incluindo aeronaves, mísseis de cruzeiro e possíveis ameaças balísticas. Este radar opera dentro das bandas VHF [Very High Frequency] e UHF [Ultra High Frequency], o que lhe proporciona a capacidade de detectar tanto alvos convencionais quanto pouco observáveis.
Seu papel dentro da rede integrada de defesa aérea da Rússia é vital, contribuindo para a identificação e o rastreamento de alvos hostis, além de facilitar a coordenação de respostas defensivas. O Nebo-SVU é capaz de rastrear múltiplos alvos simultaneamente e fornece dados em tempo real para os centros de comando, permitindo um controle de fogo integrado com sistemas como os S-300 e S-400.
O modelo 1L119 é equipado com uma antena de matriz em fase, que permite mudanças rápidas entre diferentes frequências e modos de varredura, melhorando sua capacidade de monitorar grandes áreas do espaço aéreo. Isso possibilita detectar alvos que voam em baixa altitude e que, de outra forma, poderiam escapar de sistemas de radar tradicionais que operam em frequências mais altas.
Ao aproveitar as capacidades VHF e UHF, o sistema de radar pode detectar uma variedade de ameaças aéreas, desde aeronaves furtivas até mísseis de alta velocidade. O 1L119 também pode detectar alvos aéreos com pequenas seções transversais de radar, tornando-o eficaz contra aeronaves que tentam usar tecnologia stealth para evitar a detecção por outros sistemas.
O sistema de radar é móvel, montado em um chassi com rodas, o que o torna altamente adaptável e capaz de se reposicionar conforme necessário para responder a ameaças em constante mudança. Sua mobilidade também o protege contra contra-ataques inimigos, já que não permanece como um alvo fixo por muito tempo. Por isso, o 1L119 Nebo-SVU pode ser implantado em diversos ambientes, oferecendo flexibilidade ao exército russo tanto em operações defensivas quanto ofensivas.
Além de sua função principal como radar de vigilância, o 1L119 Nebo-SVU também se integra bem com outras plataformas de defesa aérea russas, criando uma rede de defesa mais robusta e unificada. Essa conectividade permite compartilhar dados de rastreamento com sistemas como os mísseis S-300, S-400 e Pantsir, aumentando a eficácia geral da estratégia de defesa aérea em camadas da Rússia.
Essa integração é essencial para neutralizar uma ampla gama de ameaças, desde mísseis ar-ar até munições guiadas de precisão mais avançadas. A capacidade do radar de operar como parte de uma arquitetura de defesa aérea mais ampla o torna um componente vital na postura defensiva da Rússia.
O design do 1L119 Nebo-SVU incorpora resistência avançada contra contramedidas eletrônicas, permitindo que ele mantenha a eficácia operacional mesmo em ambientes eletromagnéticos contestados. O sistema é equipado para resistir a tentativas de interferência, uma característica fundamental na guerra moderna, onde a guerra eletrônica é cada vez mais usada para interromper os sistemas de radar do adversário.
No entanto, como todos os sistemas de radar, o desempenho do Nebo-SVU pode ser influenciado por fatores como terreno, condições climáticas e a presença de tecnologia anti-radar. Outra característica-chave do 1L119 é seu alcance operacional. Embora os detalhes específicos sobre seu alcance máximo de detecção sejam confidenciais, acredita-se que ele seja capaz de detectar alvos a distâncias superiores a 200 quilômetros em condições ideais.
A capacidade de rastrear múltiplos alvos simultaneamente, juntamente com sua habilidade de detectar e monitorar tanto objetos pequenos quanto grandes, melhora sua versatilidade e o torna um ativo importante para alerta precoce e gestão do espaço aéreo.
Com o passar do tempo, várias melhorias e modificações foram feitas no 1L119 para aprimorar seu desempenho, prolongar sua vida útil e aumentar sua resistência a novas ameaças. Essas atualizações mantiveram o radar relevante em uma era em que novas tecnologias e táticas estão mudando rapidamente o cenário da defesa aérea.
A resiliência e adaptabilidade do radar garantiram que ele continuasse sendo uma ferramenta valiosa nas operações militares russas, desde a defesa aérea regional até iniciativas de defesa mais estratégicas. Em conclusão, o sistema de radar 1L119 Nebo-SVU é um ativo formidável no arsenal de defesa aérea da Rússia. Com suas capacidades avançadas de detecção, integração com outras plataformas de defesa aérea e alto grau de mobilidade, ele desempenha um papel fundamental no rastreamento e combate a uma ampla gama de ameaças aéreas.
Apesar dos desafios impostos pela guerra eletrônica moderna e contramedidas em constante avanço, o 1L119 permanece um componente essencial na estratégia russa para proteger seu espaço aéreo e reforçar a eficácia de seus sistemas de defesa aérea em camadas.
Invasão russa da Ucrânia em 2022
Em 21 de fevereiro de 2022, a Rússia declarou que sua instalação na fronteira havia sido atacada por forças da Ucrânia, resultando na morte de cinco combatentes ucranianos. No entanto, a Ucrânia rapidamente rejeitou essas acusações, classificando-as como “operações de bandeira falsa”.
Em um ato notável, a Rússia anunciou no mesmo dia o reconhecimento oficial das regiões autoproclamadas da RPD e da RPL. Curiosamente, segundo o presidente russo Vladimir Putin, esse reconhecimento abrangia todas as regiões da Ucrânia. Após essa declaração, Putin enviou um batalhão de forças militares russas, incluindo tanques, para essas áreas.
Em 24 de fevereiro de 2022, os principais jornais do mundo destacaram um incidente significativo: Putin comandou um ataque militar contundente contra a Ucrânia. Liderado pelas impressionantes Forças Armadas da Rússia posicionadas na fronteira da Ucrânia, esse ataque não foi espontâneo, mas sim uma ação premeditada. Apesar das circunstâncias semelhantes a uma guerra, o governo russo evita usar esse termo, preferindo referir-se ao evento como uma “operação militar especial”.