O bilionário Elon Musk voltou ao centro de uma nova controvérsia ao negar relatos de que os Estados Unidos ameaçaram cortar o acesso da Ucrânia à Starlink. A declaração de Elon Musk, no entanto, foi feita em resposta a uma matéria da Reuters que afirmava que o governo norte-americano cogitava condicionar o funcionamento da rede de satélites à aceitação de um pacto sobre recursos naturais. Musk negou a acusação e acusou a agência de notícias de mentir.
De acordo com a Reuters, três fontes anônimas relataram discussões entre autoridades norte-americanas e ucranianas. As discussões aconteceram após a recusa inicial do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em aceitar os termos propostos. No entanto, Elon Musk, por meio do X (antigo Twitter), afirmou categoricamente: “Isto é falso. A Reuters está mentindo. Eles só perdem para a AP (Associated Press) como mentirosos da mídia tradicional”.
O papel da Starlink na guerra na Ucrânia
Desde o início da guerra na Ucrânia, a rede Starlink desempenha um papel sobretudo crucial nas comunicações do país. A rede do bilionário permite que as tropas ucranianas mantenham conectividade em meio à destruição da infraestrutura de telecomunicações. O fornecimento da tecnologia da SpaceX garantiu uma vantagem estratégica às forças de Kiev, descrita por militares ucranianos como essencial para a condução das operações no campo de batalha.

Apesar do impacto positivo, Musk tem feito críticas públicas às ações do governo ucraniano. O bilionário chegou a sugerir que a Ucrânia deveria negociar um acordo de paz com a Rússia, o que gerou forte reação do governo Zelensky. A crescente fricção entre Musk e Kiev levanta dúvidas sobre a continuidade do suporte da SpaceX às forças armadas do país.
Negociações entre Ucrânia e EUA sobre minérios
A reportagem da Reuters indicou que as negociações entre os Estados Unidos e a Ucrânia envolvem o acesso aos vastos recursos minerais do país. Tais recursos são essenciais principalmente para a indústria de tecnologia e defesa. A Ucrânia possui reservas significativas de elementos como lítio e terras raras, fundamentais para a produção de baterias e semicondutores.
O presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, afirmou que a Ucrânia pretende concluir um acordo com os EUA sobre recursos naturais em 24 de fevereiro. O presidente Donald Trump, por sua vez, declarou que um entendimento está próximo. Entretanto, a ligação desse acordo ao funcionamento da Starlink não foi confirmada por fontes oficiais, permanecendo como um ponto controverso no debate.
O envolvimento de Musk no governo Trump
Além das polêmicas envolvendo a Starlink, Musk também vem reforçando sua influência no governo Trump. Recentemente, o bilionário foi nomeado chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Trata-se de uma iniciativa criada para reduzir o desperdício orçamentário dos EUA. Em sua nova função, Musk defendeu o fechamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), entidade que presta assistência humanitária à Ucrânia.
A postura de Musk vem sendo alvo de críticas principalmente por parte de setores que consideram sua influência política uma ameaça para a diplomacia norte-americana. Além disso, suas declarações nas redes sociais têm sido acusadas de ampliar desinformação russa, inclusive com postagens satíricas sobre Zelensky.
O impacto das alegações na credibilidade da imprensa
A declaração de Musk de que a Reuters “está mentindo” reflete uma crescente tensão entre figuras de grande influência e a mídia tradicional. A imprensa, por sua vez, sustenta que fontes confiáveis estariam por trás dessa apuração e reforça seu compromisso com o jornalismo investigativo.
A situação atual, no entanto, tem implicações geopolíticas significativas, dada a importância da Starlink na guerra na Ucrânia e o papel dos EUA no fornecimento de ajuda ao país.
O embate entre Musk e a Reuters levanta questões sobre transparência e informação. O desenrolar dessa disputa pode trazer consequências tanto para a situação na Ucrânia quanto para a credibilidade das agências de notícias.