Na madrugada de terça-feira (4), uma operação da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) resultou na morte de 12 suspeitos de integrar uma facção criminosa no bairro Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o confronto ocorreu após relatos de que o grupo armado estava aterrorizando moradores e tentando assumir o controle do tráfico na região. A informação foi divulgada por veículos como G1, Carta Capital e Brasil de Fato, que destacaram diferentes perspectivas sobre o caso.
De acordo com a SSP-BA, a inteligência da PM identificou a movimentação dos criminosos e planejou a incursão na região. A ação foi deflagrada em meio a uma disputa territorial entre facções rivais, que resultou em diversos tiroteios antes da chegada da polícia. No momento da operação, os suspeitos estavam fortemente armados e reagiram à abordagem policial, iniciando um confronto. Nenhum policial ficou ferido, e os 12 suspeitos baleados foram levados ao Hospital do Subúrbio, onde tiveram os óbitos confirmados.
A operação resultou na apreensão de um vasto arsenal, incluindo submetralhadoras, pistolas, revólveres, carregadores, rádios de comunicação e drogas. Segundo a SSP-BA, os criminosos usavam casas como bases estratégicas e chegaram a fazer reféns entre os moradores. As forças policiais enfatizaram que a ação foi necessária para restaurar a segurança na comunidade, destacando que os suspeitos estavam envolvidos em atividades ilícitas e apresentaram resistência armada à abordagem.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), solicitou uma investigação sobre a ação da PM para avaliar a possibilidade de excessos. “Nós pedimos que todo o estudo seja feito para averiguar se houve algum exagero pela polícia”, declarou Rodrigues. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um procedimento para apurar a atuação policial, conduzido pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp). Segundo o MP, as investigações buscarão esclarecer as circunstâncias exatas do confronto e a legalidade das ações policiais.
A operação também chamou a atenção do Instituto Fogo Cruzado, que classificou a ação policial como uma chacina. O levantamento da organização mostra que este foi o 100º caso de chacina registrado em Salvador e região metropolitana desde 2022. Segundo o instituto, 67% desses episódios envolveram ações policiais, resultando em 261 mortes. A coordenadora regional do instituto, Tailane Muniz, afirmou que o alto número de mortes indica uma necessidade urgente de revisão da política de segurança pública. Segundo ela, “quando 12 pessoas morrem numa ação policial, fica claro que a prioridade é o confronto e não a proteção”.
O debate em torno da ação policial gerou reações diversas na sociedade. Enquanto setores da imprensa e organizações de direitos humanos questionam o alto número de mortos, segmentos ligados à segurança pública defendem a necessidade de operações contundentes contra facções criminosas. Em um vídeo publicado em seu canal, o comunicador Glauber criticou a abordagem midiática sobre o caso, destacando que os agentes de segurança pública agiram dentro da legalidade ao neutralizar criminosos armados. Segundo ele, a criminalidade precisa ser combatida com firmeza, e os policiais que arriscam suas vidas devem ser valorizados.
O impacto da operação também afetou o cotidiano da população local. O serviço de transporte público na região foi suspenso por questões de segurança e só deve ser retomado após uma deliberação entre a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) e a SSP-BA. Com o reforço do policiamento, o comércio local voltou a abrir as portas, mas o clima ainda é de tensão entre os moradores.
A Polícia Civil investiga o caso e já colheu depoimentos de testemunhas e parte dos policiais envolvidos. A SSP-BA afirmou que todas as circunstâncias do confronto estão sendo analisadas e que as perícias foram realizadas nos imóveis utilizados pelos suspeitos. Até o momento, a conclusão da investigação ainda não tem prazo definido. Enquanto isso, a segurança na região continua sendo monitorada para evitar novos episódios de violência.