Um pesadelo para Israel e Estados Unidos. O Irã revelou um novo míssil hipersônico, o Fattah, capaz de viajar a 15 vezes a velocidade do som e mudar de trajeto de forma imprevisível. A arma representa um desafio sem precedentes para os sistemas de defesa aérea, que hoje são praticamente incapazes de interceptar esse tipo de projétil.
Enquanto isso, os EUA e o Japão correm contra o tempo no desenvolvimento de um sistema de defesa, o Glide Phase Interceptor, projetado para neutralizar mísseis hipersônicos ainda na fase de planeio. Outra solução estudada é o uso de lasers, capazes de atingir alvos à velocidade da luz, conforme reportado pelo canal Hyperspeed ES.
Uma arma “imparável”
O míssil Fattah, apresentado ao mundo em 2023, é um dos mais avançados já desenvolvidos pelo Irã. Com uma velocidade de 5,1 km por segundo, ele pode atingir Israel em poucos minutos. Além disso, sua capacidade de manobra durante o voo o torna quase impossível de ser interceptado pelos sistemas de defesa convencionais, como o “Domo de Ferro” israelense ou os mísseis Patriot americanos.

Segundo os líderes militares iranianos, “nenhum sistema de defesa atual pode deter este míssil”.
Segundo autoridades militares iranianas, nenhum sistema de defesa atual é capaz de deter o Fattah. “Qualquer nação que não acredite nas capacidades iranianas provará se alguma vez forem obrigados a usá-lo”, declararam funcionários do regime, em tom de advertência, conforme destacado pelo canal do Youtube Hyperspeed ES.
Um especialista mencionado no vídeo de Hyperspeed ES explicou que “Ele pode mudar de direção bruscamente, mesmo em velocidades extremas, e permanece propulsado durante todo o voo”.
Por que sistemas convencionais falham contra mísseis hipersônicos?
O principal diferencial dos mísseis hipersônicos não é apenas sua velocidade extraordinária, mas sua imprevisibilidade. Diferentemente dos mísseis balísticos convencionais, que seguem uma trajetória previsível como “uma bola lançada”, os hipersônicos podem mudar bruscamente de direção mesmo em velocidades extremas.
O narrador de Hyperspeed ES explica: “Quando um míssil hipersônico muda repentinamente de direção, o interceptor simplesmente segue voando para um ponto vazio no céu, sem poder corrigir seu rumo a tempo.”
O fator curvatura da Terra
Outra vantagem estratégica destes mísseis é sua capacidade de se ocultar atrás da curvatura terrestre. “Quando o míssil desce no céu, as estações de radar terrestre perdem seu rastro porque literalmente desaparece do campo de visão”, detalha a reportagem. Isso cria brechas nos sistemas de rastreamento, permitindo que o míssil reapareça mais próximo do alvo, às vezes de direções onde as defesas são mais vulneráveis.
A resposta americana e japonesa
Estados Unidos e Japão não estão inertes diante desta ameaça. A empresa Northrop Grumman foi contratada para desenvolver o “Glide Phase Interceptor”, um sistema de defesa especializado para interceptar mísseis hipersônicos durante sua fase de planagem, quando estão na borda do espaço.
“O design parece promissor: pode alcançar alvos em diferentes alturas e tem tecnologia de seguimento especial para detectar estes mísseis ultrarrápidos”, informa o Hyperspeed ES. Este sistema poderia ser operacional até o final desta década.
Defesa a laser: a velocidade da luz contra mísseis hipersônicos
Uma solução ainda mais avançada está sendo desenvolvida: sistemas de defesa a laser. “Se estes mísseis são rápidos, os lasers são ainda mais velozes – viajam à velocidade da luz”, explica a reportagem. A principal vantagem dos lasers é que “uma vez que um laser se trava em um míssil, não há forma de esquivá-lo nem escapar”.
Os lasers também oferecem flexibilidade operacional: podem ser calibrados para destruir completamente um alvo ou apenas desabilitá-lo. Além disso, são economicamente vantajosos – cada disparo custa apenas alguns dólares em combustível, em comparação com os caros mísseis interceptores convencionais.
Contexto geopolítico tenso
O desenvolvimento do Fattah ocorre em um momento de extrema tensão no Oriente Médio. Em julho de 2023, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado no Irã enquanto participava da cerimônia de posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian, como reportado pelo G1.
O Irã acusou Israel pelo ataque e prometeu retaliação severa. O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, declarou que “é dever do Irã vingar o sangue de Haniyeh porque ele foi martirizado em nosso solo”. Este evento evidencia a complexidade do cenário regional onde o míssil Fattah poderia eventualmente ser empregado.
Comparativo de forças militares
Nos rankings militares de 2024, Irã e Israel estão relativamente próximos em termos de força geral – Irã ocupa o 14º lugar mundial, enquanto Israel está na 17ª posição.
Embora o Irã possua mais tropas, tanques e veículos blindados, o Hyperspeed ES ressalta que “no mundo atual, ter melhor tecnologia é mais importante que simplesmente ter mais armas”. A força aérea israelense, composta principalmente por F-15 e F-16 americanos modernizados, mantém vantagem qualitativa sobre os aviões iranianos, muitos dos quais são anteriores a 1979.