O lendário avião espião U-2 Dragon Lady, protagonista de missões secretas durante a Guerra Fria, foi novamente acionado pelos Estados Unidos, desta vez, para reforçar a vigilância aérea na fronteira com o México. Com capacidade de voar a altitudes superiores a 70 mil pés (cerca de 21 mil metros), essa aeronave da Força Aérea dos EUA está realizando operações críticas de reconhecimento e coleta de inteligência, um indicativo claro da importância estratégica que a Casa Branca tem dado à segurança dessa região. Informações divulgadas pela Revista Asas.
Fabricados originalmente na década de 1980, os atuais modelos do U-2 são versões atualizadas do projeto dos anos 50, e pelo menos 24 unidades permanecem ativas a partir da Base Aérea de Beale, localizada na Califórnia. Embora os deslocamentos globais dessas aeronaves da Força Aérea dos EUA sejam rotineiros, a sua utilização agora dentro do próprio território norte-americano representa uma mudança significativa de foco: o uso da tecnologia de espionagem aérea de ponta para proteger as fronteiras e combater a imigração ilegal.
Além de imagens em alta resolução, o U-2 da Força Aérea dos EUA também é capaz de captar sinais eletrônicos estratégicos, como transmissões de rádio e comunicação por celular, recursos essenciais para identificar movimentos suspeitos próximos à fronteira sul. Essa capacidade elevada de rastreamento e interceptação torna a aeronave uma das ferramentas mais valiosas no arsenal da vigilância moderna dos EUA.
Força-tarefa aérea inclui P-8 Poseidon e RC-135 Rivet Joint
Além dos U-2, a operação conta com outras aeronaves militares mobilizadas pelo Pentágono, incluindo os patrulheiros marítimos Boeing P-8 Poseidon, voltados para monitoramento de longo alcance, e os aviões de inteligência eletrônica RC-135 Rivet Joint, utilizados na captação e análise de comunicações adversárias.
Somando-se à frota tripulada, também foram mobilizadas aeronaves remotamente pilotadas (drones), elevando o nível de cobertura aérea e garantindo uma vigilância constante e multifacetada para a Força Aérea Americana. O objetivo é claro: garantir que tanto imagens em tempo real quanto dados de sinalização eletrônica sejam repassados às autoridades de fronteira para ações imediatas contra possíveis tentativas de cruzamentos ilegais.
Dados de rastreamento de voos confirmam que as missões com o RC-135 começaram em início de fevereiro e seguem ativas. Um exemplo recente foi registrado em 13 de março, quando uma dessas aeronaves da Força Aérea dos EUA, sobrevoou a fronteira sul, evidenciando a presença militar constante e altamente coordenada na região.
Operação mobiliza mais de 9 mil militares e amplia a capacidade da Força Aérea dos EUA de resposta na fronteira
Além do reforço aéreo, os Estados Unidos ampliaram significativamente o contingente terrestre envolvido na missão de segurança da fronteira com o México. Atualmente, cerca de 9.600 militares participam da operação, incluindo 40 analistas de inteligência da Força Aérea dos EUA (USAF) e 590 engenheiros do Exército norte-americano. Esse número expressivo demonstra a dimensão do esforço coordenado entre diferentes ramos das Forças Armadas dos EUA para enfrentar os desafios impostos pela imigração irregular e outras ameaças transfronteiriças.
De forma integrada, essas tropas oferecem suporte logístico, análise de dados de inteligência e infraestrutura para o funcionamento contínuo da vigilância aérea e eletrônica. Ao envolver engenheiros e especialistas, os EUA garantem a instalação de equipamentos avançados, manutenção de aeronaves e implementação de sistemas de comunicação seguros entre todas as unidades envolvidas na missão.
Vale destacar que o U-2 Dragon Lady já havia comprovado sua relevância recentemente ao rastrear o balão espião chinês que sobrevoou a América do Norte em início de 2023. Esse episódio reforçou a confiança do Pentágono na capacidade de detecção e inteligência estratégica da aeronave, o que ajuda a justificar sua reimplantação em solo americano para ações de segurança interna.
Aeronaves de transporte também participam da operação
Complementando o aparato de segurança, a Força Aérea dos EUA também utilizou os cargueiros C-17 Globemaster III e C-130 Hercules durante o governo Trump, como parte dos esforços de deportação de imigrantes detidos. Essas aeronaves, conhecidas por sua robustez e capacidade de operar em diferentes tipos de pistas, desempenharam papel importante nas operações de repatriação, atuando de maneira paralela às ações de vigilância e inteligência.
Essa abordagem multifacetada, que combina reconhecimento aéreo com resposta tática em solo, revela uma estratégia cada vez mais integrada dos Estados Unidos para lidar com os desafios da fronteira sul. A presença contínua de equipamentos de última geração e o envolvimento direto das Forças Armadas refletem o comprometimento do país com o fortalecimento da segurança, especialmente em tempos de crescente pressão migratória e instabilidade regional.
O U-2 Dragon Lady foi mobilizado junto a outras plataformas, como o RC-135 Rivet Joint, o P-8 Poseidon e drones de alta tecnologia, em uma operação voltada à vigilância e ao reforço da presença militar na fronteira dos Estados Unidos, utilizando recursos desenvolvidos desde o período da Guerra Fria para atender às atuais demandas de segurança.