Em uma das decisões mais impactantes das últimas décadas para o poder aéreo dos Estados Unidos, a Boeing foi oficialmente escolhida para desenvolver o novo caça de sexta geração da Força Aérea, o F-47, como parte do ambicioso programa NGAD (Next Generation Air Dominance). A aeronave, que substituirá gradualmente o F-22 Raptor, traz promessas de capacidades inéditas em combate aéreo, furtividade e integração com drones autônomos.
O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump diretamente do Salão Oval da Casa Branca, acompanhado pelo secretário de Defesa Pete Hegseth e pelo chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general David Allvin. O contrato inicial para a fase de desenvolvimento e engenharia está estimado em US$ 20 bilhões, mas o valor total ao longo do programa pode ultrapassar centenas de bilhões de dólares.
A disputa pela liderança do projeto envolvia as gigantes Boeing, Lockheed Martin e Northrop Grumman. No entanto, a Northrop saiu voluntariamente do páreo em 2023 para se concentrar no projeto do bombardeiro B-21 Raider. A Lockheed, por sua vez, ficou fora da decisão final, apesar de também liderar o programa F-35. Essa vitória representa o primeiro projeto totalmente novo de caça da Boeing desde a fusão com a McDonnell Douglas em 1997.
O F-47, que já conta com protótipos voando secretamente há cerca de cinco anos, apresenta um design furtivo e inovador. Imagens divulgadas mostram uma aeronave com asas de alta diedro, entradas de ar discretas, possível uso de canards (superfícies móveis à frente da asa principal) e um nariz largo, capaz de abrigar sensores e radares de última geração. A estrutura lembra projetos experimentais da Boeing como o YF-118G Bird of Prey e o X-36.
Com velocidade superior a Mach 2, o novo caça também terá autonomia ampliada, maior carga de armamentos e integração direta com drones de combate autônomos, chamados CCAs (Collaborative Combat Aircraft), que atuarão sob seu comando em missões complexas. A aeronave é projetada para missões de superioridade aérea em cenários de alta contestação, especialmente na região Indo-Pacífico.
O presidente Trump ressaltou que aliados dos EUA já demonstraram interesse em adquirir versões exportáveis do F-47, com algumas capacidades reduzidas. Caso isso se concretize, será um contraste em relação ao F-22, que nunca foi autorizado para venda internacional. A promessa é de iniciar a produção em série ainda durante seu atual mandato, que vai até janeiro de 2029.
O general Allvin reforçou que o F-47 será mais eficiente e barato que o F-22, com maior disponibilidade operacional, menor necessidade de estrutura de apoio e maior adaptabilidade frente às ameaças futuras. A expectativa é que a frota de F-47s ultrapasse os 180 Raptors atualmente em operação na Força Aérea americana.
A Boeing declarou que esta conquista representa o maior investimento de sua história na divisão de defesa e que está pronta para entregar a aeronave mais avançada já desenvolvida. Enquanto isso, a Lockheed Martin demonstrou decepção com a decisão e indicou que aguarda novas conversas com a Força Aérea, o que pode sinalizar uma possível contestação formal do resultado.
A informação foi divulgada pelo portal norte-americano The War Zone (TWZ), que teve acesso a declarações oficiais, imagens conceituais e bastidores do processo de seleção da aeronave. Segundo o site, o F-47 já passou por centenas de horas de testes com protótipos, incluindo dois aviões experimentais — um da Boeing e outro da Lockheed.
A escolha do nome F-47, segundo o general Allvin, faz referência ao P-47 Thunderbolt da Segunda Guerra Mundial, ao ano de fundação da Força Aérea e ao número do atual presidente dos EUA, sendo um tributo ao apoio decisivo de Trump para destravar o projeto.